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Comissão do Senado tem ‘Cunha psicopata’ e Dilma e Lula comparados a traficantes

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O processo de impeachment de Dilma Rousseff deu mais um passo nesta sexta-feira. A Comissão Especial do Impeachment no Senado votou favoravelmente, por 15 a 5, o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).  O texto do tucano recomenda que a Casa dê andamento ao rito de afastamento da presidente iniciado na Câmara. Com isso, o parecer deve ir a plenário no dia 11, data em que Dilma pode ser afastada temporariamente do cargo. Se na Câmara os votos dos deputados foram centrados em Deus, família (citada mais de 150 vezes), no Senado as falas voltara a reproduzir a velha polarização. Oposicionistas citam a baixa “credibilidade” e popularidade de Dilma, enquanto governistas falam em “golpe” e “falhas na democracia”. Mas algumas falas fugiram do comum, como mostramos nas próximas linhas:

Telmário Mota, do PDT, levantou o tom das críticas contra o deputado afastado Eduardo Cunha: “Unidos, a burguesia do FMI e os reacionários precisavam de um psicopata e conseguiram. Encontraram Eduardo Cunha que deu andamento no impeachment”. Marta Suplicy (PMDB-SP) usou o Twitter para rebater:

Lula, Dilma e traficantes?

Magno Malta (PR-ES), que já foi da base dos governos Dilma e Lula um dia, fez a seguinte comparação: “Ninguém desconsidera o que Lula e Dilma fizeram. Mas perdoaríamos o crime do traficante porque ele é o benfeitor da favela?”

Impeachment e pena de morte

Gleisi Hoffman (PT-PR): “Não há crimes cometidos por Dilma Rousseff”. Para ela, a presidente enfrenta o processo de impeachment por “contrariar a elite do país”. E completa: “É como se fossemos punir uma infração de trânsito com a pena de morte”, comparou.

Vanessa Graziotin, única representante do PCdoB na Comissão, foi em linha semelhante, ainda que com uma comparação mais delicada: “Estamos diante de um colégio eleitoral de exceção”.

Constituição é sagrada

A senadora Ana Amélia (PP-RS) votou pelo “sim”. “Devemos ter a compreensão histórica desse momento, do papel constitucional que nos cabe. O rito foi consagrado pelo STF, garantindo direitos de defesa”, diz a senadora.

E arrematou num misto de religião e democracia: “A Constituição é a nossa Bíblia”.

Estou abandonado por mim mesmo

Cristóvam Buarque, o único senador do PPS na Casa e na Comissão, disse estar votando contra sua base de apoio: “Estou rompendo com uma base muito considerável com minha base eleitoral de apoio”.

Mas e o Cunha?

Humberto Costa (PT-PE), líder do governo no Senado, falou em “processo viciado”. “Espanta que nenhum partido de oposição tenha se manifestado sobre a decisão do STF sobre Cunha. Não estaríamos aqui se não fosse pelo Cunha. Esse processo tem a impressão digital. Estamos banalizando o processo de impedimento. Esse processo é unicamente político. Não há crime. O relator faz um contorcionismo jurídico.”

Lindbergh Farias (PT-RJ) usou sua fala para criticar políticas trabalhistas do projeto “Uma ponte para o futuro”, de um eventual governo Michel Temer. “Esse projeto rasga o legado de Lula, Ulysses Guimarães e Getúlio Vargas. Eles querem privatizar tudo. Ninguém pode ser presidente da República com esse programa”.

Gleisi, por sua vez, quis usar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo afastamento de Cunha para pedir a nulidade do processo de impeachment. “Nós requeremos a suspensão dos trabalhos dessa comissão até que o presidente do Senado responda às questões do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo.”

A culpa é do PT

O senador Álvaro Dias (PV-PR): “Há um imenso apoio popular ao impeachment da presidente. Os argumentos jurídicos são incontestáveis”.

Ronaldo Caiado (DEM-GO): “Se hoje os programas sociais estão em risco é porque estão entregando a nós um país em frangalhos”. O líder do DEM afirmou ser favorável ao impeachment.

“Todo processo de impeachment é doloroso e complexo. Não falo apenas como líder do PSDB, mas sim pelos 43 milhões de brasileiros que lutaram para formar esta bancada. A presidente atentou contra nossa Constituição”, diz Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

“O Brasil não pertence a partidos políticos, e sim ao povo brasileiro. Espero que, nesse país, nunca mais tenhamos pedaladas fiscais”, diz Eduardo Amorim. Ele conclui sua fala confirmando que o “PSC diz ‘sim’ ao relatório”.