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Bahia: Presos da Lemos de Brito autorizam entrada de prostitutas na unidade, diz jornal

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Em dezembro de 2014, o Bocão News revelou a farra de presos na penitenciária Lemos de Brito, em Salvador, considerada uma das cinco piores de todo o Brasil. Nas imagens obtidas pela reportagem, é possível ver que os presos se divertiam fazendo churrasco entre amigos, com direito a foto com pilhas de cerveja e carne na churrasqueira.

Nesta segunda-feira (2), a Folha revela mais regalias que os presos têm na unidade. Nas imagens publicadas pela reportagem um preso posa com uma esteira e uma bicicleta ergométrica, privilégios dos “frentes” – ou chefes dos pavilhões. Algumas celas têm liquidificador e ventiladores.

As fotos, encontradas por agentes penitenciários em celulares apreendidos em 2014, expõem como os chefes gozam de regalias impensáveis em outras unidades do país e mesmo entre os 1.315 homens que cumprem pena na Lemos Brito, unidade superlotada onde caberiam 771. De acordo com o jornal, a prostituição na unidade ocorre após negociação entre os próprios presos, segundo Reivon Sousa Pimentel, presidente do Sinspeb (sindicato dos agentes penitenciários da Bahia).

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Como apenas mulheres dos detentos podem fazer visitas íntimas mediante um cadastro, presos sem cargos na hierarquia do crime vendem o nome aos chefes. Assim, com o nome de quem “cedeu” o privilégio, as prostitutas passam pela portaria sem dificuldade e, dentro da prisão, “trocam” de marido para fazer o programa com o cliente real.

Segundo o sindicato, também há livre entrada de pilhas de refrigerante, de frango, de feijão e de carne. A mercadoria é vendida pelos próprios presos nos “barracos”, as lojas improvisadas. “Até caminhão-baú fechado entra no complexo e ninguém revista”, diz Pimentel, para quem há conivência da direção da unidade como moeda de troca para evitar rebeliões. O governo da Bahia não comentou essa acusação.

O Ministério Público Estadual instaurou inquérito civil para apurar as condições gerais da unidade. O procedimento deve resultar em uma ação civil pública que poderá, em última instância, pedir até a interdição da cadeia.

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