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Privatização da geração de energia pode resultar em alta de tarifas e volta do apagão, alerta Davidson Magalhães

O deputado federal Davidson Magalhães destacou, no último sábado (18), a importância estratégica do setor energético para o desenvolvimento nacional, em entrevista concedida à jornalista Marciele Brum durante o 14º Congresso do PCdoB, em Brasília. Na ocasião, o deputado, que também é presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras, comentou que todos os países em desenvolvimento utilizaram a participação do Estado para montarem seus setores energéticos. De acordo com Davidson, esse processo deu certo em vários países, a exemplo da Alemanha, mais recentemente da China, e do Brasil, que montou uma grande estrutura na parte de geração e distribuição de energia, tanto em energia elétrica, quanto em petróleo e gás. “No Brasil, nos tornamos autossuficientes em petróleo e gás natural, que é um setor complexo, integrado no Brasil inteiro. É possível, portanto, resolver o problema de energia elétrica. Energia elétrica é uma questão vital e estratégica, nenhum país entrega isso ao capital internacional”, defendeu.

PRIVATIZAÇÕES

O deputado federal argumentou que a energia elétrica no Brasil é uma das mais caras do mundo, apesar de ter um sistema limpo. Segundo Davidson, as tarifas altas são resultado das privatizações do setor elétrico na área de distribuição. “Passar a geração de energia para o controle internacional vai fragmentar o sistema, o preço vai lá para cima. Isso foi feito na Califórnia, nos Estados Unidos, um processo de privatização de estrutura de geração de energia. Aconteceu um caos: as tarifas estouraram, teve apagão, e o Estado teve que voltar a intervir para retomar o controle do setor elétrico”, exemplificou. O parlamentar lembrou também do caso recente da Petrobras, que está sendo ameaçada de ver importantes ativos serem vendidos. Davidson definiu como “desastre” a política entreguista do Governo Federal. “Esse governo não está apenas entregando, está desmontando a capacidade produtiva do Brasil, comprometendo o futuro de gerações. É uma regressão enorme, que vai atingir muitas gerações e o desenvolvimento nacional”, finalizou.