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Crise no PT pode ser revanche de Marina Silva, diz Le Monde

A ex-ministra do Meio Ambiente é saudada como “a terceira via do Brasil” pela edição do jornal Le Monde que chegou às bancas na tarde desta quinta-feira (7). O jornal, que entrevistou a líder da Rede, destaca que ela lidera as pesquisas eleitorais para presidência e que terá agora a chance de “saborear a revanche” contra o Partido dos Trabalhadores (PT). Le Monde lembra que Marina “nasceu politicamente” no PT, antes de ser “demolida midiaticamente” pelo mesmo partido, em referência à campanha eleitoral de 2014, em que a ex-ministra foi ferozmente atacada nas propagandas de televisão.

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Sobre a pesquisa Datafolha que a coloca na frente do ex-presidente Lula e do senador Aécio Neves nas intenções de voto para presidente, Marina diz que “mais importante do que saber quem serão os candidatos é encontrar uma saída para a profunda crise econômica, para a grave crise social e para o descrédito dos partidos e dirigentes políticos”. O jornal também lembra que a ex-ministra tem dúvidas sobre a pertinência do impeachment. “É um processo legal, mas que não se presta para a finalidade desejada: resolver a crise econômica e estabilizar a situação política sem comprometer a luta contra a corrupção”, diz Marina.

Mãos Limpas

Caso prospere o pedido de impeachment de Dilma, a ex-ministra sentencia, fazendo referência ao PMDB: “A sociedade terá que conviver com um partido de pessoas que ela quis tirar do poder”. A ex-candidata à presidência pelo PSB em 2014 diz ao Le Monde que o PMDB “há 12 anos ganha as eleições junto com o PT e é objeto das mesmas acusações no caso Petrobras”. O diário francês também pergunta a Marina Silva sobre os métodos “discutíveis” do juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, que investiga desmandos na estatal de petróleo. A ex-ministra evoca a operação Mãos Limpas, que combateu a corrupção no sistema político italiano nos anos 90. “Temos a possibilidade de aprender com este caso”, diz Marina. “Os juízes na Itália foram pressionados pelos acusados, que tentaram denegrir o trabalho da Justiça e conseguiram um recuo nas investigações. Não devemos cometer o mesmo erro no Brasil”, defende a líder da Rede.