Bronze na Rio 2016, Maicon Andrade disparou contra a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD). Em entrevista ao “SporTV News”, o lutador disse que não contou com a ajuda dos dirigentes da entidade que comanda a modalidade no país durante a sua preparação para a competição. De acordo com atleta, foi preciso realizar rifas e festas, em São Caetano do Sul, no estado de São Paulo, para custear os seus treinamentos e qualificá-lo com viagens para competir contra adversários internacionais. – Eu consegui classificar sem investimento nenhum da Confederação Brasileira de Taekwondo. A gente fez festas aqui dentro, fez rifas… A gente rifou um monte de coisa aqui dentro para que eu conseguisse rodar no ranking mundial, para conseguir competir e mostrar que estava bem. Maicon Andrade ainda questionou a decisão da Confederação de afastar o seu irmão da equipe que o acompanharia durante os Jogos do Rio. A decisão partiu após críticas do treinador Reginaldo dos Santos à entidade através das redes sociais. – Colocaram um técnico que não era o meu, que não me acompanhava e não trabalhou comigo. Todo o trabalho, tudo o que a gente passou, todas as dificuldades, todos os momentos, todas as lutas que a gente assistiu, todos os adversários que a gente estudou. A Confederação não pensou nisso. A Confederação Brasileira de Taekwondo se defendeu dizendo que foi uma decisão coletiva, pensando no bom ambiente da delegação. Para o diretor técnico André Lima, a entidade não poderia pensar apenas em um atleta. – Eu não posso me preocupar com um atleta. Eu tenho que me preocupar com a unidade da minha equipe. Eu não posso ter uma laranja ruim dentro do meu cesto, ela vai contaminar o meu cesto. Eu prefiro, eu tenho que preservar o meu ambiente, preservar a minha unidade e o meu sentido de equipe. O lutador lembrou que sofreu com os problemas com a entidade e precisou deixá-los de lado para conseguir subir ao pódio. Maicon Andrade revelou que teve dificuldade para dormir antes da sua estreia na Rio 2016. – Se eu fosse questionar, brigar ali no meio, falar alguma coisa, isso ia me atrapalhar ainda mais. Um dia antes, eu já estava com a cabeça cheia, eu não dormi direito. Mas eu levantei e acreditei. Eu acreditava que poderia trazer essa medalha, porque eu acredito no trabalho que foi feito, na minha equipe e nos meus treinadores. Antes da Rio 2016, Maicon Andrade era o 51º colocado no ranking mundial de taekwondo. Ele é o dono da segunda medalha do país na história dos Jogos. Em Pequim, em 2008, Natália Falavigna também ficou com o bronze. (SporTV News)