Lúcio Funaro, que é apontado como operador financeiro do PMDB, disse que pegou, no escritório do assessor especial e amigo íntimo do presidente José Yunes, uma caixa contendo R$ 1 milhão em espécie a pedido de Michel Temer. A declaração consta no anexo 8 do acordo de delação premiada do doleiro, firmado no dia 22 de agosto, com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo informações de O Globo, a missão de Funaro seria pegar o montante e encaminhá-lo para Salvador (BA), aos cuidados de Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria Geral do governo e também amigo de Temer. Ainda conforme Funaro, os recursos seriam provenientes de caixa 2, pagos pela Odebrecht, após negociação feita pelo próprio presidente e pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. A informação do doleiro dá força à suspeita de que o partido estava guardando dinheiro “vivo”, na Bahia, com o objetivo de utilizá-lo em campanhas eleitorais, provavelmente no próximo ano. Foi em Salvador que a Polícia Federal descobriu R$ 51 milhões, guardados dentro de malas e caixas, em um apartamento que teria sido emprestado a Geddel, segundo relato do proprietário do imóvel. Digitais do ex-ministro chegaram a ser encontradas em um dos pacotes. Geddel, que cumpria prisão domiciliar, foi levado para Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, na última sexta-feira (8). Já o doleiro Lúcio Funaro também está preso, desde 2016, alvo da operação Lava Jato.