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IPIAÚ: POLÍCIA CIVIL DESCOBRE ESQUEMA FRAUDULENTO DE VENDA DE CERVEJA PARA O RJ

Prejuízo aos tributos baianos seria de R$ 38 mil só nesta carga II Foto: Giro Ipiaú
Prejuízo aos tributos baianos seria de R$ 38 mil só nesta carga II Foto: Giro Ipiaú

A Polícia Civil de Ipiaú afirma ter descoberto um esquema fraudulento na comercialização de cervejas adquiridas em Ipiaú e vendidas no estado do Rio de Janeiro. Ao site Giro em Ipiaú o delegado Rodrigo Fernando informou que as investigações da operação denominada de Ninkazi (deusa da cerveja) tiveram início há cerca de 15 dias. Na semana passada, um caminhão-baú, da fabricante Scania, com placa de Rio Bonito-RJ, estacionado na Avenida Lauro de Freitas, próximo a entrada da Dois de Dezembro, foi monitorado por investigadores da Polícia Civil durante seis dias. O caminhão foi abordado na noite da última sexta-feira (02) quando iria deixar a cidade. O veículo foi conduzido à delegacia e o motorista apresentou uma Nota Fiscal datada do último mês de maio, no estado de Sergipe. O condutor foi ouvido e liberado. A carga de 1.217 caixas de litrões de cerveja das marcas Antártica e Brahma, avaliada em mais de R$ 70 mil, juntamente com o veículo ficaram apreendidos. A investigação prosseguiu durante o final de semana e conseguiu descobrir mais detalhes do esquema. Em entrevista ao GIRO, o delegado explicou como funcionava a fraude: “O caminhão vinha do Rio de Janeiro com litrões vazios, a pedido de alguém de lá [RJ], a gente ainda está checando quem é essa pessoa. E aqui em Ipiaú o intuito era fazer a troca. Tiravam os litrões secos e colocavam os cheios. Para isso, aqui teria alguns contatos para fazer as compras dessas cervejas, muito provavelmente sem nota fiscal, pois até agora não apareceu ninguém reivindicando diretamente a carga e o caminhão”, disse o delegado Rodrigo Fernando. Ele ainda ressaltou que é proibido esse tipo de comercialização entre estados: “Nenhuma distribuidora tem autorização de vender cervejas ou produtos de um estado para o outro”.

Distribuidora na Av. Lauro de Freitas é suspeita de intermediar o negócio II Foto: Divulgação
Distribuidora em Ipiaú é suspeita de intermediar o negócio II Foto: Divulgação

Nessa quarta-feira (08), a Polícia Civil e agentes da Secretaria da Fazenda (Sefaz) estiveram em duas distribuidoras da cidade, que estariam envolvidas na compra e venda do material. Conforme informações do delegado, as investigações apontam que os produtos foram adquiridos na distribuidora Central das Bebidas, localizada na Avenida Lauro de Freitas. A outra distribuidora, identificada como Avenida Beer, também instalada na Lauro de Freitas, próximo a entrada da Avenida Dois de Dezembro, representada por José Dias de Novaes, seria a responsável pela intermediação da fraude. De acordo com o delegado, a Avenida Beer não apresentou inscrição na Secretaria da Fazenda e não tinha Alvará de Funcionamento cedido pela prefeitura. José Dias se apresentou na delegacia, acompanhado de um advogado e se reservou ao direito de permanecer calado durante o interrogatório. O delegado suspeita que a distribuidora que vendia os produtos não tenha participação direta no esquema. “Pode ser que tenha um intermediário, alguém que faça esse meio-campo para burlar o fisco e conseguir colocar essa carga dentro do caminhão e encaminhar para o Rio de Janeiro. Conforme apurou a Polícia Civil com a Sefaz, só nesta carga apreendida, o prejuízo nos tributos baianos seria cerca de R$ 38 mil (19 mil diretos e mais 19 mil de multa). O delegado informou ainda que diante do que já foi apurado, é possível que a cada semana um caminhão saia de Ipiaú carregado de cerveja para o estado do Rio de Janeiro. “Isso era uma fraude que acontecia aqui semanalmente”, assegurou. Quatro pessoas já foram ouvidas no inquérito. Outras ainda serão intimadas. As investigações permanecem a fim de descobrir o paradeiro final da carga e quem seria o verdadeiro comprador. Com informações do site Giro em Ipiaú