Duas falhas técnicas são as prováveis causas de um acidente que causou a morte de nove operários em uma obra na manhã desta terça-feira (9), segundo as primeiras informações de fiscais do Ministério Público do Trabalho. As informações são da TV Bahia.
Segundo os fiscais, que estiveram no local esta manhã, o eixo da roldana, que movimenta o elevador, não funcionou, mas ainda assim o elevador teria parado caso o freio automático tivesse funcionado – este foi o segundo erro mecânico, segundo os fiscais. O cabo não suportou o peso e o elevador caiu.
“O material, tanto esse aqui como o do freio, está bastante desgastado (…). Já poderia ter sido trocado. Todas as evidêncais levam para uma falta de manutenção, já que o elevador é muito antigo, de 1948”, disse à TV Bahia o coordenador de análise de acidentes do trabalho Anastácio Gonçalves. Já a empresa Segura disse que o elevador obedecia ao limite de capacidade e passava por manutenção regularmente. “Um equipamento novo, relativamente recente, dentro do prazo de garantia”, disse Fernando Magalhães, representante da empresa.
A obra foi interditada. O fiscal do Ministério do Trabalho Flávio Nunes disse que a obra era fiscalizada. “Quando nós viramos as costas, não sabemos o que acontece”, justificou. O resultado final da perícia ainda será divulgado.
Os nove operários que morreram após a queda do elevador serão enterrados nesta quarta-feira (10). Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção na Bahia (Sintracom-BA), pediu aos trabalhadores de todos os canteiros de obras de Salvador que não compareçam ao trabalho amanhã para estarem presentes no sepultamentos das vítimas.
Segundo informações do Sintracom, na capital serão enterrados Antônio Elias da Silva, carpinteiro, e Lourival Ferreira, armador, no Cemitério Bosque da Paz, às 11 horas; Hélio Sampaio, pedreiro, no Cemitério Campo Santo, às 15 horas e José Roque dos Santos, pedreiro, também no Cemitério Bosque da Paz com horário a confirmar.
Já no interior da Bahia, serão enterrados Antônio Reis do Carmo, armador, em Nazaré do Jacuípe; Antônio Luis Alves dos Reis, carpinteiro, em Conceição do Jacuípe; Jairo de Almeida Correia, ajudante prático, em Irará; Martinho Fernandes dos Santos, carpinteiro, em Conceição de Feira; e Manuel Bispo Pereira, ajudante prático, em São Miguel das Matas.
Segundo o sindicato, em 2010 foram 108 acidentes de trabalho que deixaram 6 operários mortos. Até julho deste ano, haviam sido registrados 60 acidentes com 6 mortes – agora, o número aumentou para 15.