A Secretaria Municipal de Saúde de Ubaitaba, por meio da Coordenação da Atenção Básica, deu início à catalogação de áreas na zona urbana infestadas pelo caramujo-africano-gigante (Achatina fulica). Molusco nativo do leste e do nordeste da África, ele foi introduzido ilegalmente no país na década de 80. Focos foram encontrados nos bairros Maria Olímpia, Nova Olímpia e Telebahia, a partir de denúncias de moradores aos agentes comunitários de saúde (ACS) e diretamente na Secretaria da Saúde. De acordo com a coordenadora da Atenção Básica, Lindinalva Oliveira, desde quinta-feira, dia 24, que os agentes estão confirmando os focos para que se adote estratégia de combate ao caramujo. Com aproximadamente 20 cm de comprimento e 200 gramas, o Achatina fulica se multiplicou de maneira rápida no Brasil para onde foi trazido com o intuito de substituir o escargot verdadeiro, considerando sua massa, alta capacidade reprodutiva e resistência.
Como não teve a aceitação esperada neste mercado, muitos donos de criadouros acabaram liberando-os no meio ambiente. Os caramujos são hermafroditas e capazes de se autofecundar. Por isso, cada indivíduo pode liberar cerca de 200 ovos por ano, com capacidade para sobreviver aos períodos de seca e de frio e a diversos venenos. A espécie é praga de plantações, como abóbora, acerola, alface, café, banana, hibiscos e jambu e causa diversos prejuízos tanto aos grandes quanto aos pequenos produtores. O molusco é hospedeiro de um verme, o Angiostrongylus cantonensis, agente etiológico da meningoencefalite eosinofílica, doença que provoca a inflamação das meninges – membranas que recobrem o cérebro – e pode ser confundida com a meningite por ter sintomas bem parecidos.