Umas das ativistas que ajudou mulheres a desmascarar abusos sexuais do médium João de Deus e Prem Baba, além de ser responsável por ajudar a cantora Meloddy na carreira, Sabrina Bittencourt, 38 anos, foi encontrada morta neste sábado (2), na Espanha, onde morava. Em nota à imprensa, assinada por Maria do Carmo Santos, presidente da ONG Vitimas Unidas, com a qual Sabrina trabalhava, informou que Sabrina cometeu suicídio. “O grupo Vítimas Unidas comunica com pesar o falecimento de Sabrina de Campos Bittencourt ocorrido por volta das 21h deste sábado, 02 de fevereiro, na cidade de Barcelona, na Espanha, onde vivia atualmente.
A ativista cometeu suicídio e deixou uma carta de despedida relatando os porquês de tirar sua própria vida…. A luta de Sabrina jamais será esquecida e continuaremos, com a mesma garra, defendendo as minorias, principalmente as mulheres que são vítimas diárias do machismo”, escreveu Maria do Carmo. Sabrina chegou a deixar uma carta aberta em seu Facebook, mas depois apagou. Nela, a ativista disse que fez o possível e que estaria se juntando à vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018. “Sei no meu íntimo que todo menino nasceu puro e foi abusado, corrompido, machucado, moldado, castrado, calado, forçado a fazer coisas que não queria, até se converter talvez, cada um à sua maneira, em tiranos manipuladores (em maior ou menor grau) que ao não controlar os próprios impulsos, tentam controlar a quem consideram mais frágil e assim praticam estupros, pedofilia? Eu sei, eu sinto, eu vi.
Mas ainda assim, preferi sempre ficar do lado mais frágil nesta breve existência: mulheres, crianças, idosos, jovens, povos originários, afrodescendentes, refugiados, ciganos, imigrantes, migrantes, pessoas com deficiência, gays, pobres, lascados, fudidos, rebeldes e incompreendidos?”, dizia o desabafo. Gabriel Baum, filho de Sabrina, também usou a rede social para pedir que as pessoas não permitam que a imagem da mãe seja manchada, afirmou que Sabrina lhe disse que seria “a próxima” depois de Marielle e que deixou um material organizado “com provas”. “Minha mãe lutou até o final, ela não desistiu. Ela só se libertou do inferno que estava vivendo”, escreveu.