Além dos indícios de lavagem de dinheiro na compra e venda de imóveis por parte de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro apontaram a existência de uma “organização criminosa” no gabinete do filho de Jair Bolsonaro (PSL), quando ele era deputado estadual pelo Rio. De acordo com informações d’O Globo, há movimentações financeiras suspeitas envolvendo Flávio e seus assessores parlamentares desde 2007. “Na presente investigação, pelos elementos de provas colhidos já é possível vislumbrar indícios da existência de uma organização criminosa com alto grau de permanência e estabilidade, formada desde o ano de 2007 por dezenas de integrantes do gabinete do ex-deputado estadual Flávio Nantes Bolsonaro e outros assessores nomeados pelo parlamentar para outros cargos na Alerj, destinada à prática de crimes de peculato, cuja pena máxima supera quatro anos”, informou o Ministério Público (MP). Um dos integrantes do esquema criminoso seria Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio. Para o MP, “não parece crível” que Queiroz seja o líder da organização criminosa sem conhecimento de seus “superiores hierárquicos durante tantos anos”. As investigações apontaram que na organização criminosa havia uma “clara divisão de tarefas entre núcleos hierarquicamente compartimentados”. O primeiro teria a missão de nomear pessoas para ocupar cargos em comissão na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), em troca do repasse de parte dos seus salários. Ao segundo núcleo cabia “recolher e distribuir os recursos públicos desviados do orçamento da Alerj, cuja destinação original deveria ser a remuneração dos cargos”. Em um esquema chamado de “rachadinha”, o terceiro era formado pelos assessores que concordaram em repassar mensalmente parte de seus salários aos demais integrantes do grupo.