O deputado federal baiano, João Carlos Bacelar (PL-BA) é o terceiro da Câmara que mais gastou ao longo de 2019 com combustível para aviação, tendo pago R$ 29,4 mil em viagens. No total, foram 13 notas fiscais expedidas para o parlamentar, que alegou viajar em aeronave da família. Bacelar justificou os gastos a partir dos altos valores cobrados por passagens entre a Bahia e Brasília. “A Bahia tem dimensão continental, cada voo no estado custa de R$ 3 mil a R$ 5 mil. Não dá um voo por mês”, explicou. Ainda segundo ele, o preço do combustível no Brasil, “o mais caro do mundo”, também é responsável pelas despesas. O deputado não declarou à Justiça Eleitoral ser proprietário de aeronaves e, segundo dados da Câmara dos Deputados, o único voo fretado por ele e pago com cota parlamentar aconteceu em fevereiro, no valor de R$ 10,1 mil. No topo da lista está o deputado André Fufuca (PP-MA), que gastou R$ 46,3 mil em 17 abastecimentos de aeronaves ao longo de 2019.
O parlamentar, no entanto, não teve despesas de aluguel de avião, apesar de não ter declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que é proprietário de um jato exclusivo. Logo atrás, na segunda posição, está Mauro Lopes (MDB-MG), que apresentou 34 notas fiscais de querosene no valor de R$ 39 mil. Ao TSE, o mineiro declarou que é proprietário de duas aeronaves: um helicóptero Robinson R44, que custa R$ 980 mil, e um avião bimotor Piper Seneca V, avaliado em R$ 350 mil. Os dados foram obtidos no portal da Câmara dos Deputados, mas, apesar da publicidade, não há detalhes de quais aviões foram abastecidos com a verba nem os trechos das viagens. De acordo com a Casa, todos os parlamentares têm direito ao benefício, desde que não ultrapasse R$ 6 mil por mês. Somente em 2019, a Câmara gastou R$ 346,1 mil para encher tanques de aeronaves privadas para 28 congressistas.