Após o fracasso da tentativa de união das oposições em Salvador, o presidente estadual do PMDB, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, aposta no discurso da independência do partido, um dos poucos a não sucumbir a “interferências externas”, segundo ele, para tentar emplacar a candidatura do radialista Mário Kertész nas eleições de outubro. “Se necessário for, marcharemos sozinhos.
É melhor do que fazer acertos que prejudicam Salvador, com promessas de loteamento de cargos e secretarias no novo governo, além de uso do tempo de TV como moeda de troca”, afirmou em entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, da Rede Tudo FM 102.5.
Em bate papo com o jornalista Samuel Celestino, Lúcio apontou as articulações “por vias transversas” como principal causa da cisão dos partidos que pretendiam formar uma coalizão oposicionista no enfrentamento ao candidato do PT, Nelson Pelegrino.
“Quando começamos as conversas para fazer a frente de partidos e apresentar um candidato, imaginávamos que chegaríamos a um consenso, mas depois começaram as interferências externas e a política deixou de ser discutida em Salvador para ser discutida em outros centros”, reclamou o incansável Lúcio, que insistiu que “continua de braços abertos para o DEM”, apesar da oficialização da chapa formada por ACM Neto e a verde Célia Sacramento, programada para a tarde desta segunda-feira (18).
Como exemplos de legendas que cederam após interferência das lideranças nacionais, o peemedebista citou o PSDB, “obrigado a apoiar ACM Neto por causa da candidatura de Serra em São Paulo”, o PR, que graças a “uma interferência de cima”, decidiu apoiar o PT, o PV “que negociou o apoio do DEM em Belo Horizonte,” e o PP, “que tinha a candidatura de João Leão como irremovível”.
Sem a possibilidade de união, o PMDB oficializa o nome de Kertész no próximo dia 29, no Bahia Café Hall. A expectativa é que o lançamento de candidatos próprios se repita em pelo menos outros 120 municípios baianos, ainda segundo o presidente estadual.