Claro que a questão federal influencia a estadual de forma cabal. E também é claro que ACM Neto sabe disso. Adotou o tanto faz por ser o discurso possível. E agora vai ao segundo turno tendo a influência federal, no caso, Jerônimo colado com Lula, como principal adversário.
Ironias da política. Neto terminou 2021 e entrou em 2022 como favorito absoluto em todas as pesquisas. Parecia ter sido ajudado pela escolha de Jerônimo, um desconhecido, como candidato do PT. Mas quase perde. E vai ao segundo turno em nítida desvantagem.
ACM Neto está só contra Jerônimo ancorado em Lula. A questão: ele vai ficar assim, mantendo o discurso do tanto faz, ou vai adotar outra posição? Só há duas opções, ambas ruins: ficar só, como está, ou fechar com Bolsonaro.
SEM SAÍDA – Bolsonaro, uma vantagem de mais de 3,8 milhões de votos, o que aliás todas as pesquisas já vinham apontando. Neto teve muito voto casado com Lula. Arriscaria chutar o que teve para apostar em Bolsonaro?
A situação atual é a que mais Bolsonaro almejou. E tem lógica. Um apoio forte como o de Neto, acredita-se, no mínimo o ajudaria a reduzir o tamanho da diferença na Bahia.
Em tese, ele agregaria os mais de 700 mil votos dados a João Roma, um ex-compadre que virou inimigo. Em compensação, pagaria o preço de entrar em rota de colisão com a onda Lula, forte cá. Dizem que a aposta de Neto seria ganhar no primeiro turno. Exatamente para evitar a situação em que ele está. Leia o comentário completo de Levi Vasconcelos no A TARDE