As altas temperaturas e as chuvas intensas do verão baiano, combinadas à falta de cuidados preventivos, contribuíram para um aumento alarmante nos casos de dengue no estado. Dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) apontam que, entre 31 de dezembro de 2023 e 27 de outubro de 2024, os casos prováveis da doença cresceram 414,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Foram registrados 231.275 casos prováveis de dengue neste período, contra 44.963 notificações no ano passado. Municípios como Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães estão entre os mais afetados, mas contam com testes disponíveis em suas unidades de saúde.
PREVENÇÃO: SIMPLES MEDIDAS PODEM SALVAR VIDAS
O infectologista Claudilson Bastos ressalta a importância de eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. “Vasos, pneus, garrafas e tampas acumulam água parada e são criadouros em potencial. É essencial eliminá-los e usar roupas que cubram o corpo, além de repelentes, principalmente durante o dia”, alerta.
VACINAÇÃO COMO ALIADA
Além das medidas cotidianas, a vacinação é uma ferramenta crucial para conter a doença. Disponível no SUS para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos e na rede privada para pessoas de 4 a 60 anos, a vacina Qdenga protege contra os quatro sorotipos do vírus (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4).
“A vacina é administrada em duas doses, com intervalo de três meses, e reduz mais de 80% dos casos de dengue, além de prevenir mais de 90% das hospitalizações”, explica Bastos.
Com a proximidade do verão, os especialistas reforçam que a adoção de medidas preventivas é essencial para evitar um agravamento da situação. A Bahia já enfrenta um dos piores surtos de dengue em sua história, exigindo atenção redobrada de toda a população. (Redação: Jackson Cristiano/Ubaitaba Urgente)