Na primeira vez que desfila em Salvador, a Marcha das Vadias reuniu cerca de 50 jovens mulheres que protestaram contra aspectos machistas da sociedade, como a velada culpa que é imputada às mulheres vítimas de estupro. “Minha roupa curta não é um convite” ou “A causa do estupro é o estuprado”, diziam as faixas e cartazes espalhados pelo bloco. Ao contrário do que aconteceu nos protestos similares pelas demais capitais do país, em Salvador não houve topless das participantes. Em entrevista ao Bahia Notícias, a estudante de direito Flávia Coim, 19, destacou que há preconceito até mesmo contra a própria marcha: “Tinham me falado que a marcha tinha relação com prostituição, mas pesquisando na internet vi que essa visão estava completamente errada. É contra a culpabilização da vítima do estupro. É um absurdo a pessoa sofrer uma violência física e psicológica e ainda levar a culpa”, reclamou. Segundo a grafiteira Sista Kátia, que organizou a marcha em Salvador, tudo foi articulado pela internet.