A delação do doleiro Lúcio Funaro deve implicar pelo menos 20 políticos ligados ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De acordo com o jornal O Globo, entre os principais alvos, estão os ex-ministros da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, e do Turismo, Henrique Eduardo Alves. Os dois são dos mais próximos aliados do presidente Michel Temer. Em depoimentos, Funaro indicou contas bancárias na quais teriam sido depositadas propinas para os dois ex-ministros, supostamente por ordem de Cunha. Sobre Geddel, o doleiro detalhou de onde tirou e como fez o dinheiro chegar até ele, indicando até mesmo quantos voos utilizou para encontrar o ex-ministro na Bahia. Atualmente em prisão domiciliar, Geddel foi preso por suspeita de tentar impedir a delação de Funaro. Ainda segundo a publicação, o operador financeiro deve ser interrogado na próxima semana por um juiz auxiliar do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O doleiro deverá responder se sofreu, ou não, algum tipo de pressão para selar o acordo. Sem indícios de irregularidade, a delação deve ser homologada já na próxima semana. Funaro confirmou a versão de que recebeu dinheiro do empresário Joesley Batista, da JBS, para permanecer em silêncio. A delação deve ser incluída na segunda denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está preparando contra Temer.