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NATURAL DE AURELINO LEAL, PRODUTOR DA RECORD ASSASSINADO EM SALVADOR FOI SEPULTADO

Foto: Bruno Wendel/Reprodução

Enlutados, parentes e amigos disseram adeus ao produtor da TV Record José Bonfim Pitangueiras, 43 anos, na manhã deste sábado (9), durante o enterro no cemitério Campo Santo na Federação. Bonfim estava a caminho do trabalho quando foi surpreendido por dois homens encapuzados e morto a tiros nessa sexta-feira (9).

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) segue com a investigação ininterrupta, mas ainda não há autoria e motivação definidas. Nessa sexta, a SSP disse que o crime foi uma execução, pois Bonfim apresentava mais de 10 perfurações e não teve nada levado pelos criminosos, o que fortalece a hipótese. A SSP disse também que determinou prioridade ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para a solução do caso.

O enterro aconteceu no cemitério do Campo Santo, na Federação. Os parentes de Bonfim estavam muito abalados e preferiam não comentar o assunto.  Entre os profissionais que trabalham com o produtor diariamente estava o apresentador José Eduardo, que lamentou a morte do colega. “Um produtor muito dedicado. Apesar de jovem, ele era muito promissor no jornalismo, pois tinha uma capacidade imensa no que fazia. Se deixassem ele viver mais, certamente o jornalismo e as pessoas só teriam a ganhar. Vai deixar muita saudade”, disse o apresentador.

O chefe de redação da emissora, Dante Matisse, tinha uma relação com Bonfim além do trabalho diário. “Não perdi só um colega, um profissional exemplar. Perdi um amigo, um parceirão. Não tem ninguém que disse nada contra ele. Nesse momento, falar de Bonfim, está sendo muito difícil pra mim”, disse ele emocionado. O repórter Marcelo Castro também esteve falou sobre o colega assassinado. “Era um profissional excepcional. Estava sempre em busca de fazer o melhor”.

Quem também este presente no enterro do produtor, foi a apresentadora Jéssica Senra, da TV Bahia, que já trabalhou com ele. “Estou devastada com a partida de Bonfim Sem acreditar em tamanha violência contra uma pessoa tão do bem. Era sempre muito bom trabalhar com Bonfim. Uma pessoa alto astral, sempre com um sorriso no rosto, muito proativo, profissional talentoso, com um olhar privilegiado, sempre disponível pra todos, nunca negava nada a ninguém. Excelente colega, uma pessoa muito querida mesmo”, declarou ela, emendando em seguida: “Que Deus o receba com todo o seu amor… tenho certeza que ele está sendo amparado por muitos seres de luz… foi uma pessoa que fez muito bem enquanto esteve aqui”.

CRIME

O crime aconteceu na Rua Manoel Marques, atrás da Escola Via Mágica. Os vizinhos disseram que bem cedo um Palio branco com dois homens estava parado próximo à casa de Bonfim. Entre 7h30 e 08h, o produtor saiu para trabalhar. Como sempre, pelo fato de morar próximo à emissora, o produtor foi a pé. Bonfim foi baleado pelas costas. “Os caras saíram do carro já encapuzados e atirando. Ele tentou correr, mas caiu em frente à casa da vizinha.

Pegaram ele na covardia”, contou o primo da vítima, Danilo Pitangueiras. Bonfim morreu no local. Há uma semana, Danilo havia conversado com o primo, que estava de bem com a vida. “Ele estava muito feliz. Se tivesse acontecendo algum problema sério, teria comentado comigo porque sempre conversávamos de tudo. Ele era um cara que vivia para a família”, disse Danilo. Bonfim deixou uma esposa e um filho de 10 anos.

CALIBRE

As armas usadas no crime partiram de pistolas calibre 9 mm, conforme cápsulas coletadas pelos peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) durante o levantamento cadavérico.  Até pouco tempo, esse tipo de arma era usada somente pela Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Exército Brasileiro, além do Centro de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar – as demais unidades de segurança do estado da Bahia fazem uso da pistola ponto 40. De acordo com a SSP, tem sido mais frequente o uso da pistola 9mm em ocorrências criminosas, com facilitação do acesso às armas pelo governo federal.

SAUDADE

Nascido na cidade de Aurelino Leal, no sui da Bahia, Bonfim veio para Salvador com 13 anos. Desde cedo, trabalhou em várias produtoras e há 10 anos fazia parte do quadro de funcionários da TV Itapoan/Record. Na emissora, produziu diversos trabalhos nos extintos programas Bom Demais e a Bahia Que A Gente Gosta. Versátil, Bonfim saiu do entretenimento para trabalhar com a equipe do jornalismo, onde estava até hoje. Seu trabalho era mais como produtor externo, dando apoio às matérias dos repórteres. (A matéria foi publicada no CORREIO)