Treze pessoas morreram atingidas por balas perdidas em Salvador e Região Metropolitana de 1º de janeiro até a segunda-feira (23), segundo balanço do Instituto Fogo Cruzado. A 13ª vítima foi o menino Gabriel Silva da Conceição Júnior, de 10 anos, baleado no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, quando estava sentado na porta de casa no domingo (23).
Ele morreu horas depois. No mesmo período, outras 22 pessoas também foram vítimas de bala perdida em tiroteios na RMS, mas sobreviveram. No segundo semestre do ano passado, 21 pessoas foram vítimas de bala perdida, sendo 8 mortos e 13 feridos, o que mostra aumento na quantidade e na letalidade.
Há 12 dias, outra vítima foi a jovem Camila Silva dos Santos, 23 anos, surpreendida por um tiroteio entre traficantes na região da Garibaldi, quando voltava para casa. Desde o início de 2023, o registro de crianças vitimadas pela violência armada também cresceu, de acordo com o Fogo Cruzado. Enquanto no segundo semestre de 2022, quatro foram feridas por disparos, neste ano esse número já chegou a oito.
A Polícia Militar da Bahia emitiu nota de pesar sobre o falecimento de Gabriel Silva, garantindo que os agentes envolvidos na ação que vitimou o menino estão à disposição da Polícia Civil, responsável pela investigação do caso, bem com o armamento utilizado por eles.
De acordo com familiares do menino, PMs entraram atirando na Avenida Costa, onde fica a casa da família da vítima. Selma Santana, 51, avó de Gabriel, questionou a nota e pediu respostas concretas sobre o porquê dos PMs entrarem atirando em uma rua que, segundo ela, não tinha suspeito em confronto ou fugindo das guarnições.
“Estava comentando que as respostas que eles dão são todas de ‘copia e cola’. Toda vez que acontece algo eles dizem o mesmo e a gente está cansado. Eles acham que, por se posicionarem de maneira firme, a gente vai aceitar. Mas não vai ficar assim, quem fez tem de ser responsabilizado e vamos buscar por justiça”, garante. (Com informações do CORREIO)