
A pessoa está a uns 100 metros de distância, mas basta dar um sorriso que os dentes chegam antes dela. Não precisa nem ser aquele sorrisão mostrando toda a arcada – até porque a única coisa que vai dar para ver é a explosão de cores no aparelho fixo, seja nas borrachinhas ou nos aros coloridos. Pois, se você é da época que ter sorriso metálico era motivo de piada no colégio, esqueça. Agora, desfilar cheio de ferrinhos na boca é moda, principalmente entre os adolescentes. E, para eles, nem precisa de recomendação médica ou de acompanhamento de dentistas. O que vale é ‘ostentar’, mesmo que seja um aparelho falso, só pela estética. A tendência começou no Rio de Janeiro e em São Paulo, há pouco mais de dois anos. Lá, são conhecidos como aparelho “diferenciado” ou “chavoso” (uma expressão bem conhecida nas letras de funk que significa se vestir com ostentação). O próprio preço dos aparelhos no camelô é um atrativo a mais para quem quer seguir a tendência. Só para ter uma noção, dá para montar um aparelho comprado na rua com menos de R$ 50. Um pacote com 20 bráquetes sai por R$ 40. As borrachinhas saem por R$ 2 e ainda tem mais R$ 2 do aro. Enquanto isso, a manutenção mais barata no consultório de um dentista não vai custar menos de R$ 50. A periodicidade das manutenções depende da vida social dos clientes. “Na maioria das vezes, eles querem ir a uma festa e querem combinar o aparelho com a roupa”, destaca o camelô João, que vem comercializando o produto no Centro de Salvador. Ele garante que nenhum dos clientes teve problemas com o uso dos aparelhos falsos, até agora, mas se queixa do desleixo de alguns. “Tem que ter cuidado com o que comer ou o aparelho pode quebrar”, indica. Com informações do Correio.