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Grávida teve quatro paradas cardíacas em um único dia antes de morrer por dengue

Grávida teve quatro paradas cardíacas em um único dia antes de morrer por dengue
Gabriela tinha anemia falciforme.

A vida de Gabriela Gomes Santos, de 29 anos, foi marcada por superações desde o início. Ela nasceu em Barra do Choça, no centro-sul baiano, 17 anos depois que sua mãe fez uma laqueadura, procedimento de esterilização definitiva. Há anos, ela tratava a anemia falciforme, doença genética que causa escassez de glóbulos vermelhos. Fazia mestrado em Biociências na cidade de Vitória da Conquista e estava grávida de quatro meses.

“Ela estava no auge da vida. Realizada profissionalmente e feliz com a gravidez. Até que a picada inocente desse mosquito foi destruidora”, lamenta Claudia Gomes, tia da vítima. Gabriela era a caçula de quatro irmãos e orgulho da família. Desde sempre se dedicou aos estudos e já planejava fazer doutorado na área de saúde. A gravidez foi um acaso, que estava sendo celebrado por toda a família. Gabriela estava casada há dois anos.

“Por conta da anemia, ela sabia que a gravidez seria arriscada, mas tinha muita fé em Deus que daria tudo certo”, diz a tia. O sexo do primeiro filho seria descoberto neste mês. “Ela sentia que seria menina, mas no último ultrassom a médica não conseguiu ter a certeza”, completa Cláudia. Ciente da gravidade da dengue e do avanço dos casos na cidade, Gabriela se protegia com repelente a cada três horas.

Mesmo assim, a farmacêutica foi uma das oito vítimas fatais da doença na Bahia apenas neste ano. Gabriela chegou a ir à emergência do hospital duas vezes antes de ser internada. “A piora foi muito rápida. Na terceira vez ela foi levada ao hospital desmaiada. Teve quatro paradas cardíacas. Os médicos disseram que só um milagre poderia salvá-la”, conta Erivelton Gomes Santos, um dos irmãos de Gabriela.

Quando souberam da gravidade do caso, amigos e parentes de Gabriela foram até o hospital fazer orações pela melhora da farmacêutica. Ela seria transferida para receber cuidados médicos em Vitória da Conquista, a 30 quilômetros de Barra do Choça, mas os médicos não conseguiram estabilizar seu quadro a tempo. Gabriela morreu no dia 20 de fevereiro e a causa do óbito só foi confirmada na sexta-feira (1º). Esse é mais um luto enfrentado pela família. Em 2022, o pai de Gabriela faleceu vítima de covid-19. A morte do tio aconteceu dias depois. (Com informações do Correio 24hs)