O acidente que causou a morte de 24 pessoas e feriu outras sete, na BR-324, na altura de São José do Jacuípe, comoveu os moradores de Jacobina, no centro-norte baiano. O micro-ônibus envolvido no acidente transportava famílias que voltavam de um passeio em Guarajuba, no Litoral Norte. Entre as vítimas estão líderes religiosos, uma esteticista, um mototaxista e uma professora.
Uma das famílias destruídas na tragédia é a de Gabriela Ferreira, 35. Ela trabalhava como auxiliar bucal no consultório Supreme Odontologia, em Jacobina, há quatro anos. Além dela, também morreram no acidente o marido Tiago Manoel dos Santos, 40, os filhos Woliver Manoel Araújo, 14, e Stefanny Vitória Araújo (que estava grávida de três meses), 19, e o namorado da filha, João Victor Maia, de 21 anos. Uma das sócias da clínica, a dentista Mariana Oliveira, lamentou a morte da colega.
“Ela não costumava fazer esse trajeto, mas decidiu fazer um passeio com a família. É uma tragédia gigante, ninguém esperava isso”, disse Mariana. Gabriela e Tiago se casaram em dezembro de 2019. A clínica foi um dos estabelecimentos da cidade de 82 mil habitantes que não abriu na segunda-feira (7), um dia após o acidente. A prefeitura de Jacobina decretou luto oficial de três dias e planeja um velório coletivo no Ginásio de Esportes da cidade.
Erivaldo Santos, presbítero da Igreja AD Madureira Campo de Jacobina, também morreu no acidente. Ele estava com a esposa Tatiane Nascimento, 39, que também era atuante no templo religioso, e o filho Emanuel Santos, de 11 anos. A igreja lamentou a morte da família. “Nesse momento de dor, marcado fortemente pela saudade, nos unimos à família e aos amigos, acompanhando-os com nossas condolências e apoio”, disse.
Michele da Silva, 32, era filha de Josinaldo Silva, dono da Naldo Transportes, empresa responsável pelo micro-ônibus. Ela também era especialista em alongamento de cílios e publicava em seu perfil nas redes sociais o resultado dos atendimentos.
A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) informou que o veículo estava devidamente vistoriado e que o operador responsável tinha o cadastro em dia.
Uma colega da professora Maridalva Vasconcelos, 40, a também professora de prenome Maysa, foi outra vítima do acidente. “Nós trabalhamos juntas em uma escola e sei que atualmente ela dava reforço escolar. Estava com a irmã no ônibus. Era uma pessoa muito boa, estamos todos abalados”, falou.
Maridalva, que mora em Jacobina, conta que o trajeto entre a cidade e Guarajuba costuma ser feito pela população que busca passeios no litoral. “Minha filha tinha planos de ir nesse passeio, eu tinha incentivado ela a fazer, mas, felizmente, não deu certo. Quando soube do acidente, chorei muito”, completa Maridalva. (Com informações do CORREIO)