O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, citou pelo menos 32 deputados e senadores, um governador e cinco partidos políticos que receberiam comissões sobre os valores de contratos firmados pela empresa. Alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, Paulo Roberto depôs em regime de delação premiada para tentar obter o perdão judicial. O número se refere apenas aos primeiros depoimentos, mas como o processo ainda não terminou novos nomes podem surgir. Segundo o ex-diretor, havia um cartel de empreiteiras em quase todas as áreas da estatal e “todo dia tinha político batendo em sua porta”. Ele contou que, durante sua gestão na diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012, os desvios nos contratos da Petrobras envolveram desde funcionários do terceiro escalão até a cúpula da empresa. Ao final do processo, as citações a políticos deverão ser remedidos para a Procuradoria-Geral da República (PGR) por causa do foro privilegiado. Com o acordo de delação premiada, ao invés de 50 anos de prisão que poderia pegar, Paulo Roberto deve apenas ficar um ano com uma tornozeleira eletrônica, em casa, e sem poder sair na rua. Segundo um dos seus advogados, ele está “exausto” com a série de depoimentos, mas “se diz aliviado”. O doleiro Alberto Youssef, também preso por supostamente ter encabeçado um esquema bilionário de lavagem de dinheiro, também tentou negociar com o Ministério Público Federal uma nova delação premiada, mas desistiu ao ser informado que pegaria ao menos três anos de prisão em regime fechado.