A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira (15) o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e o empresário Marcelo Odebrecht no âmbito da Operação Acrônimo, que investiga a liberação de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a Odebrecht. Pimentel e o empresário são acusados de ter praticado crime de corrupção, entre outros. Segundo investigação da PF, Pimentel recebeu propina e em contrapartida atuou na liberação de financiamentos do BNDES para obras da Odebrecht fora do país. Pimentel foi ministro do Desenvolvimento de 2011 a 2014, período em que a empresa se beneficiou de dinheiro do banco estatal. Como o governador tem foro privilegiado, o ministro Herman Benjamin, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), teve que autorizar o indiciamento. O inquérito será encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que decidirá se oferece mais esta denúncia contra o petista e o empreiteiro.
NOVA FASE — Nesta quinta a PF também deflagrou a oitava fase da Acrônimo, que novamente investiga se houve pagamento de propina por parte da Odebrecht. A empresa teria sido beneficiada por US$ 3 milhões do BNDES para fazer os projetos do Porto Mariel, em Cuba, e também outros na República Dominicana, Panamá, Angola, Gana e México, em troca de pagamento de propina a um assessor do ministério da Fazenda. O governador de Minas não é alvo desta fase.
OUTRO LADO — A reportagem ainda não conseguiu contato com as defesas de Pimentel e de Marcelo Odebrecht, nem com a empreiteira. O governador sempre negou envolvimento com irregularidades.