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Sarah Rigaud: Vamos falar sobre suicídio?

Sarah Rigaud/Psicóloga – CRP 03/15425

É bastante comum quando alguém que está angustiado, atordoado ou exausto de algumas situações que não deram certo ou não conseguiu resolve-las, falarem: “Não aguento mais”, “Ah, eu queria morrer”, “A vontade que eu tenho é de sumir”. Geralmente, amigos, familiares e colegas aconselham a ter calma dando-lhe palavras de otimismo e conforto, na espera que tudo passe e fique bem. Em outros casos, algumas pessoas darão pouca importância por acharem que no auge de euforia e exaustão, todo mundo fala o que primeiro lhe vem à mente ou que talvez o momento seja “propenso” a esses pensamentos. Ora, então vir a mente esse tipo de sentimento/pensamento é algo “normal”? Não lhes é nada preocupante quando uma pessoa pensa na morte como uma única solução possível para seus problemas? Embora não nos pareça tão presente, e talvez nos atentamos a outras vulnerabilidades psicológicas, hoje vos convido a falarmos sobre esse tema que é tão vigente na sociedade moderna: O SUICÍDIO.

O QUÉ É?

O suicídio é o ato intencional que a pessoa tira a própria vida. Sua causa está atrelada a algum Transtorno psicológico de humor (Depressão, bipolar), Transtorno psiquiátrico (Esquizofrenia) e/ou Alcoolismo e drogas. Outros fatores resultantes do suicídio são os próprios motivos particulares, emocionais, financeiros, desemprego, mudança repentina de padrão social, relacionamentos amorosos, familiares, etc. Por um lado, o suicídio veicula o desejo de escapar e interromper um sofrimento. E por outro lado, o desejo de comunicar ao outro a dor e o sofrimento. Lembrando que o suicídio varia num continuo que contempla: a ideação suicida, tentativa de suicídio, e o ato consumado que resulta a morte.  A maioria das pessoas que pensam, tentam e comentem o suicídio, se não tivessem com o consciente tão acometido de angustia impossibilitando-as de visualizarem outra opção para sair do determinada sofrimento, escolheriam outra opção que não fosse o suicídio, pois sua intenção é PARAR A IMENSURÁVEL DOR PSICOLÓGICA e não dá um fim a própria vida. Só para vocês terem uma ideia, imaginem-se num labirinto, onde vocês não encontram a saída, as alternativas que vocês seguem não os levam a lugar algum, vocês encontrão portas, porém, todas estão fechadas e vocês não tem a chave e não fazem ideia de como consegui-la para abri-las… imaginaram? Eis aí a “mente de um suicida”, se assim posso chama-la.

COMO IDENTIFICAR?

  • Algumas pessoas dão pistas, sinais, alerta de que irão se suicidar, porém algumas pessoas não estão atentas ou preparadas para identificá-los. Listarei alguns exemplos para vocês abaixo:
    Tornar-se uma pessoa depressiva, melancólica (apresenta uma grande tristeza, desesperança e pessimismo, chora sistematicamente);
  • Fala muito acerca da morte, suicídio ou de que não há razões para viver, utilizando expressões verbais tais como “Não aguento mais”, “Já nada importa”, ou “Estou a pensar acabar com tudo”;
  • Demonstra uma mudança acentuada de comportamento, atitudes e aparência;
  • Aumento do consumo de álcool, droga ou fármacos;
  • Afastamento ou isolamento social;
  • Insônia persistente, ansiedade ou angústia permanente;
  • Dificuldades de relacionamento e integração na família ou no grupo;
  • Melhora súbita no humor. Neste caso, pode indicar que a pessoa aceitou a decisão de encerrar a própria vida e talvez até tenha um plano para isso. Portanto, caso uma pessoa depressiva ou suicida pareça subitamente mais feliz, tome medidas preventivas imediatamente.

Obs.: Nenhum desses exemplos acima são indícios determinantes para um diagnóstico. Existem outros fatores que devem ser avaliados e que aumentam a probabilidade de suicídio, como: Histórico de suicídio na família; presença de algum diagnóstico reservado. (HIV, etc.); ter entre 15 e 24 anos ou mais de 45; Perda precoce de algum ente querido, etc.

O QUE FAZER?

Se você já teve quaisquer desses pensamentos, já ouviu alguém que tenha tido ou até mesmo tenha casos na família ou no ciclo social, procure falar sobre o assunto. Ouça com mais atenção quando alguém for lhe contar sobre sua vida mostre que você se importa e que a vida é valiosa para você. Recomende a um tratamento. Caso não esteja bem emocionalmente e psicologicamente, procure alguém de sua confiança e converse sobre o assunto que o atormenta, de preferência um profissional da área de psicologia e/ou psiquiatria. Quando a gente não fala, o problema cresce dentro de nós, assim também acontece quando não somos ouvidos. Faça com o outro o que gostaria que fizesse com você!