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SOB SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA, ITACARÉ CANCELA FESTA DE RÉVEILLON

Detritos e vegetação acumulada em praias é dos motivos para cancelamento
Detritos e vegetação acumulada em praias é dos motivos para cancelamento

O Município de Itacaré, no sul da Bahia, decidiu pelo cancelamento da festa de Réveillon na Praça São Miguel Arcanjo, em frente à orla urbana. A decisão foi tomada devido aos estragos causados pela chuva na zona rural e em boa parte da faixa de praia, principalmente na foz do Rio de Contas, dentre elas as praias da Concha e da Ribeira, onde houve grande acúmulo de vegetação e de lixo residencial e comercial oriundo de quase uma dezena de municípios da Bacia.

Na manhã desta terça-feira (27), a Prefeitura e uma empresa responsável pela festa, marcada para os dias 31 de dezembro e 1º de janeiro, emitiram o comunicado. Nele, citam as dezenas de famílias desabrigadas, inclusive no distrito itacareense de Taboquinhas, e a necessidade de a Prefeitura concentrar esforços no socorro aos desabrigados e na limpeza das praias. Hoje, o Governo do Estado publicou o Decreto 21.807, do Governo do Estado, reconhecendo a situação de emergência em Itacaré e em outros 51 municípios.

Praias foram invadidas por grande quantidade de vegetação.
Praias foram invadidas por grande quantidade de vegetação.

Desde as primeiras horas da manhã desta terça, a comunidade de Taboquinhas, distrito mais populoso de Itacaré, encontra-se isolado da sede por via terrestre. A BA-654 está interditada por causa do avanço do Rio de Contas. Ontem, a parte mais baixa de Taboquinhas foi surpreendida pelo avanço firme das águas do rio, que lançaram balsas e embarcações de menor porte em solo (reveja aqui).

RIO DE CONTAS E CHESF

Municípios cortados pelo Rio de Contas e afluentes foram fortemente prejudicados pela chuva e o aumento abrupto do volume de vazão das barragens de Pedra, em Jequié, e Funil, em Ubatã, ambas sob responsabilidade da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf).

A vazão da Usina de Pedras saltou de 100 metros cúbicos, na sexta, para 2,4 mil metros cúbicos no domingo, o que provocou o transbordamento dos rios de Contas e Jequiezinho e deixou centenas de famílias desabrigadas. Os prejuízos ainda não foram calculados.

Os prefeitos Zé Cocá (Jequié) e Tonho de Anízio (Itacaré) anunciaram que ingressarão com ação judicial contra a Chesf, que nem chegou a antecipar e informar aos municípios um plano de inundação.