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Maraú: Mistério envolve morte da cantora Milky Mota em Barra Grande

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Durante uma entrevista ao Jornal da EPTV, familiares da cantora Milky Mota, contestam a versão divulgada pelos responsáveis da casa noturna Café de La Musique, em Barra Grande, município de Maraú, do acidente que matou no local a cantora no dia 17 de janeiro deste ano. O acidente aconteceu na estrada que liga o Povoado a BR 030.

A mãe da cantora acredita que ela tenha sido assassinada. Familiares da jovem pediram a ajuda de um criminalista de São Paulo, que já está a caminho da Bahia para acompanhar as investigações de perto. Segundo informações do companheiro da cantora, Teco Sérgio (foto), Milky teria saído na madrugada do acidente com um dos sócios do Café de La Musique, Roberto Scafuro, para nadar em um lago. No trajeto, enquanto a cantora dirigia, ocorreu o acidente misterioso que matou a artista. A família da vitima alega que ela não sabia dirigir, tinha trauma de carro, o que deixa o caso ainda mais suspeito. O laudo da Polícia Técnica de Ilhéus aponta que a cantora morreu de traumatismo craniano. Milky Mota foi assassinada? O que pode ter acontecido com essa jovem que morreu em Barra Grande? Quem são os culpados? Leia abaixo o relato de “Teco Sérgio” no facebook:

Pessoal, pra quem não me conhece sou a pessoa que estava morando com a Milky há alguns anos, minha parceira, amiga, companheira, e muitas vezes minha filha, pois não tinha maior preocupação por alguém do que tinha pela Milky.

A Milky foi uma estrela que agora virou um anjo… Agradeço a Deus sua escolha para passar tanto tempo ao lado dela e poder conhecê-la como conheci. Adoraria ter conhecido sua mãe, família e seus amigos em outra situação e compreender de onde nascem as estrelas e como os anjos são criados.

Era doce, menina, mulher, inocente ao máximo, solidária ao extremo. Era linda em todos os sentidos.

Era a melhor cantora que já vi cantar em toda minha vida…

Não há conforto além de tristeza e entender porque em um acidente tão besta Deus levou minha parceira embora. Talvez ela já estivesse evoluída, não fosse mesmo desse mundo mais. Estávamos todos muito felizes, ela mais ainda depois de Barra Grande inteira falando dela, de sua voz, depois de 3 shows e um luau. No dia do acidente ela havia dormido o dia inteiro, estava um pouco chateada comigo por umas coisas bestas e pelo estresse de estar longe de casa já a algum tempo. O Roberto meu amigo e amigo dela também, disse: “Vou pegar o carro e levá-la para passear, levantar seu astral”. Eu mesmo disse: “Isso, vai lá!”. O Roberto é o tipo de cara que sempre quer ajudar. Na mesma viagem fez chá de boldo para uma outra amiga que estava doente, essas coisas.

Fomos até o quarto na pousada, ela acordou feliz, tomou banho, pegou suas coisas. Infelizmente eu não fui. Estava cansado. Isso era em torno de meia noite. Em torno de cinco da manhã meu amigo Hermes me acorda dizendo sobre o acidente, para eu ir urgente. Fui até o local, no caminho encontrei o Roberto numa moto dizendo para eu ir lá urgente: “Teco, a Milky, teco, a Milky”. Chegamos. A polícia já estava lá, o Nininho, outro amigo de lá ajudando e alguns curiosos da região e alguns tentando ajudar. Porém pude logo ver um corpo coberto no chão. Levantei e vi que era a Milky. Logo em seguida o Roberto chega de moto desesperado dizendo: “Teco, me ajuda, a Milky”. Nesse momento o médico chegou, iluminou seus olhos e constatou que não havia mais nada a se fazer. O Roberto veio até mim, me abraçou desesperado e disse: “Teco, meu Deus, o carro caiu em cima dela. Nós fomos na represa, ensinei ela a nadar, ela já tava boiando… Ela me pediu pra ensiná-la a dirigir, Teco, meu Deus….”. Depois soube que a Polícia Federal não tardou a chegar, muito pelo conhecimento e ajuda de nossos amigos de lá. O Hermes meu amigo, depois de algum tempo de eu estar chorando do lado, me disse para voltar para a vila avisar a família. Em Barra Grande a internet e telefone só pegam perto da praia. Assim fiz, pegando um telefone no facebook que parecia ser de sua irmã, pois meu cel havia quebrado e não tinha o telefone de ninguém. A Alana amiga dela e minha amiga também me ajudou, ja não conseguia falar direito naquele momento.

Talvez eu possa explicar um pouco melhor o que aconteceu, já que andei muito com a caminhonete naquelas ruas esburacadas, por conhecer a Milky , o próprio Roberto e ter visto o acidente logo após o ocorrido.

Falei novamente com o Roberto hoje, que me disse nessas palavras:

“Teco, depois de termos nadado de um lado da lagoa, disse para irmos para o outro lado, pois a água é mais quente. Ela me perguntou se ela poderia ir dirigindo até lá. Como era perto, eu deixei. Caímos na estrada larga, fomos reto por algum tempo…, quando chegou a curva disse para ela virar. Ela fez a curva atrasada e no final virou. Caímos no buraco, o carro deu um salto, nós saímos que nem um estilingue. Quando percebi ela estava do meu lado virada pra cima com o carro em cima dela, eu estava de bruços, a gente cheio de areia. Eu tentei virar o carro, fiquei chacoalhando, até aparecer um cara pra me ajudar. Conseguimos virar o carro. Eu queria levá-la logo pra Barra Grande, mas ninguém me ajudava. Um outro falou que ela já estava morta. Eu estava fazendo massagem respiratória nela e respiração boca a boca, mas ninguém queria ajudar. Peguei ela e coloquei no carro novamente e tentei ligar, não tinha visto que a roda da frente estava torta e sem pneu. O carro também não ligou. Coloquei a Milky de novo no chão para não parar de fazer massagem e respiração. Parou um Uno, eu falei pra levarmos ela, mas quando fui pegar a Milky o cara foi embora, pois alguns ao redor já diziam que ela estava morta. Alguém chegou de moto, peguei carona para pedir ajuda.”

Foi nesse momento que encontrei o Roberto no meu caminho para o acidente me dizendo para ir até lá urgente.

Eu seria a primeira pessoa a querer algum responsável pelo ocorrido, mas o Roberto fez o que eu também poderia ter feito: ensiná-la a dirigir. Não haveria local nem hora melhores para isso, uma estrada que não passa ninguém e muito larga, de terra. Ela estava de bermuda pois estava molhada e colocou a bermuda seca que estava no carro. A parte de cima do biquíni saiu no acidente. Infeliz e rato de reportagem a pessoa que tirou e postou uma foto dela semi nua. Essas pessoas vieram ao mundo para viver como ratos. Uma outra pessoa depois levantou o plástico para vê-la, sem mesmo conhecê-la. Quem pode fazer uma coisa dessas? O Índio, um policial do IML de Ilhéus, disse-nos que houve lesões na tórax, cabeça, etc…, porém não vi o laudo completo ainda, deve estar chegando esta semana, disseram que demora um pouco.

Tentamos agilizar tudo para poder trazer o corpo o mais rápido. Não havia cartório de plantão em Barra Grande, teria que conseguir fazer em Ilhéus. Fomos já a noite na Funerária. O Ikeda nosso amigo e amigo dela com o Hermes agilizou tudo.

Ficará na história e em nossos corações. Teria que contar as estrelas para entender o tamanho de sua grandeza, e perder os sentidos entender a dor da perda dessa estrela com alma de anjo…

Com informações do Maraú Noticias