Quando tudo parecia que o assassinato dos professores sindicalistas Álvaro Henrique e Elisnei Pereira iria se tornar mais um crime insolúvel na Bahia, surgem novos fatos que podem ajudar a elucidar o caso.
A tese de crime de mando ganhou força depois que o Ministério Público estadual (MP-BA) recebeu o relatório do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão de inteligência do Ministério da Fazenda.
De acordo com o documento recebido pelo promotor de Justiça Dioneles Santana, houve movimentação atípica na conta bancária do ex-secretário do governo Abade de mais de R$ 1 milhão.
Edésio Lima é acusado de ser o mandante do duplo homicídio e também de mandar matar seu motorista. Quem acusa é a Polícia Civil e o Ministério Público estadual. Diante dos fatos, a Justiça local sentenciou o ex-secretário a Juri Popular, em dezembro de 2010.
Os crimes ocorreram a partir de 17 de setembro de 2009, quando Edésio era o homem-forte do prefeito Gilberto Abade (PSB). Para o MP-BA, os crimes teriam como motivação o fato do professor Álvaro Henrique, uma das vítimas, denunciar que havia desvio de verba na prefeitura.
O relatório do COAF diz que o dinheiro movimentado na conta bancária de Edésio (R$ 1.035.338, entre 1º de fevereiro e 3 de maio de 2011) não tem indicação clara de finalidade ou relação com o titular da conta com o seu negócio.
O MP-BA juntou esta semana o relatório do COAF ao processo que se arrasta no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), aguardando decisão se o ex-secretário e os demais acusados vão a Juri Popular, como foi decidido em primeira instância.
(Radar 64)