Ao menos 12 prefeitos detidos pela Polícia Federal (PF) desde 2009 pelo país são candidatos este ano. Como ainda são investigados ou só respondem a processo, estão imunes à Lei da Ficha Limpa, que exige condenação colegiada (mais de um juiz) para barrá-los.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a maioria dos casos está no Nordeste. Uma das operações da PF que colocou gestores públicos atrás das grades foi a Carcará, que em 2010 deteve sete prefeitos baianos.
O diário paulista visitou os municípios de Santa Teresinha, Elísio Medrado e Itatim, que têm em comum gestores suspeitos de desviar de recursos públicos federais e que disputam a permanência no poder como se nada tivesse acontecido. Um desses políticos comanda Elísio Medrado, município do norte baiano, com 8 mil habitantes e arrecadação de R$ 13 milhões anuais.
O prefeito Everaldo Caldas (PP), que teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA), mas já recorreu em última instância e aguarda julgamento, ainda acumula polêmicas durante o mandato. O pepista inaugurou uma lombada de rua com banho de champanhe e trio elétrico e ainda, durante o pleito deste ano, pegou nos órgão genitais e fez gesto obsceno para uma adversária política durante um evento político no centro da cidade.
Para Márlon Reis, que ajudou a elaborar a Lei da Ficha Limpa, as cidades pequenas favorecem casos desse tipo pela “falta de fluxo de informação” e pelo clientelismo. Segundo o juiz, não se trata de deficiência da Ficha Limpa porque a ideia era tirar das eleições os “casos mais graves”:
“O restante fica para a sociedade. A situação pode ser apresentada pelos candidatos oponentes, pelas organizações civis”.
(Bahia Noticias)