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Capitão da PM envolvido em esquema de venda de armas para facções criminosas na Bahia

A investigação conjunta da PF e MP, levou à prisão do PM em maio.
A investigação conjunta da PF e MP, levou à prisão do PM em maio.

Conversas em aplicativos de mensagens mostram a participação do capitão Mauro das Neves Grunfeld, da Polícia Militar, em um esquema de compra e venda de armas para facções criminosas. A investigação conjunta da Polícia Federal com o Ministério Público Estadual (MP-BA) levou à prisão do PM em maio.

Grunfeld, ex-comandante da 41ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Federação), nega as acusações. A informação foi divulgada pela TV Bahia. Grunfeld, que foi escolhido como “policial militar padrão do ano 2023” pelos serviços prestados, exibia nas redes sociais suas viagens ao exterior. Além dele, outras 19 pessoas foram presas em maio na Operação Fogo Amigo.

INVESTIGAÇÕES REVELAM NEGOCIAÇÕES ILEGAIS

As investigações indicam que Grunfeld fazia parte de um grupo criminoso que comprava e vendia armas para facções na Bahia, incluindo outros oito PMs e um ex-PM. A quebra de sigilo telefônico permitiu interceptar mensagens entre Grunfeld e o PM Gleybson Calado do Nascimento, também acusado de participar do esquema. As conversas de 2023 mostram negociações por munições e uma arma de fogo.

A defesa alega que as compras eram para uso pessoal, mas os investigadores afirmam que Grunfeld era um “contumaz negociador” e que a frequência das transações indicava comercialização. Entre 2021 e 2023, o esquema teria movimentado quase R$ 10 milhões, com armas e munições destinadas a criminosos de facções atuantes no Calabar, em Salvador. Traficantes de drogas intermediavam as negociações.

DOCUMENTOS REVELAM TRANSAÇÕES SUSPEITAS

A TV Bahia teve acesso a um documento sigiloso que revela que Grunfeld transferiu mais de R$ 67 mil para Gleybson entre 18 de fevereiro de 2021 e 13 de fevereiro de 2022. Grunfeld também enfrenta acusações de homicídio, ocorridas enquanto comandava uma equipe da PM em Santa Cruz Cabrália, em 2013, além de um processo disciplinar por compra e venda de uma pistola 380 em 2017.

PRISÃO E BUSCA APREENSÃO

Mandados de prisão preventiva e busca e apreensão foram executados na casa de Grunfeld, na Graça, e na Academia da Polícia Militar, na Boa Viagem. Na residência do PM, foi encontrada uma pistola sem registro. Ele alegou que a arma foi comprada de um policial civil e seria de outra agente, mas não soube informar sua identidade.

Grunfeld foi preso em flagrante. Essa investigação lança uma sombra sobre a integridade da Polícia Militar da Bahia e destaca a necessidade de rigor na apuração de atividades criminosas envolvendo membros das forças de segurança. (Redação: Jackson Cristiano/Ubaitaba Urgente)