A mensagem enviada por traficantes de drogas para moradores dos bairros Alto das Pombas e Calabar, em Salvador na manhã de segunda-feira (4), era clara: ninguém deveria sair de casa depois das 15 horas. A presença ostensiva de agentes de segurança que tentam conter a violência não foi suficiente para que comerciantes ignorassem o toque de recolher, determinado pelo poder paralelo.
Quase nenhum comércio abriu durante o dia, mais de 1,1 mil alunos ficaram sem aulas e serviços essenciais sofreram os reflexos do confronto armado. Em um dia normal, os comerciantes estariam com as portas abertas na Rua Teixeira Mendes (foto), que marca o início da localidade Alto das Pombas. Depois da madrugada de tiroteios e confrontos entre traficantes e policiais, no entanto, foram poucos os que tiveram coragem de funcionar.
Não havia sinal de movimento nos salões de beleza, padarias, lanchonetes, lojas e restaurantes da região. Além do Cemitério Campo Santo, duas funerárias da rua eram uns dos únicos estabelecimentos que se mantinham abertos. No Calabar, a situação era a mesma durante a tarde.
A escalada de violência que culminou no cenário de abandono na segunda-feira (4) é resultado do conflito armado entre traficantes do Comando Vermelho (CV) e do Bonde do Maluco (BDM), que atualmente comanda o tráfico na região. (Com informações do CORREIO)