Um crime bárbaro e perturbador que já chocava o Brasil agora ganha contornos ainda mais macabros. O adolescente de 16 anos que matou os pais e o irmão mais novo em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, mantinha uma ligação ativa com a namorada virtual durante os assassinatos. A jovem, de apenas 15 anos, ouviu os disparos em tempo real enquanto conversava com o autor do triplo homicídio.
O depoimento da adolescente foi colhido pela Polícia Civil em Água Boa, no Mato Grosso, e será anexado ao inquérito no Rio. Segundo os agentes, ela demonstrou frieza ao relatar os fatos e revelou ter acompanhado a execução da família ao vivo — do primeiro tiro até o momento em que o autor limpava a casa e escondia os corpos. A polícia investiga agora se a jovem teve participação direta ou se o apoio moral teria influenciado o crime.
Os adolescentes se conheceram em 2019, jogando online, e desde então mantinham contato virtual. Um dos motivos para o crime, segundo o delegado Carlos Augusto Guimarães, seria a frustração do garoto com os pais, que teriam proibido uma viagem ao Mato Grosso para que ele conhecesse a namorada pessoalmente.
Na casa da família, os investigadores encontraram roupas ensanguentadas queimadas e uma mala pronta com os celulares das vítimas. Os corpos estavam escondidos dentro de uma cisterna. O menino tentou enganar a avó paterna com uma história fantasiosa, mas acabou confessando tudo ao ser confrontado pelas evidências. Ele alegou que matou o irmão para poupá-lo do sofrimento de perder os pais.
O adolescente foi encaminhado ao IML e segue internado provisoriamente por 45 dias em uma unidade socioeducativa no norte fluminense. Ele será julgado por triplo homicídio duplamente qualificado. A crueldade do caso e a possível cumplicidade à distância da garota chocam o país e levantam discussões sobre os riscos da exposição virtual de crianças e adolescentes. (Redação: Jackson Cristiano/Ubaitaba Urgente)
