O deputado Raimundinho da JR (PL) deu uma declaração, no podcast Liga da Política desta quarta-feira (1º), que gerou polêmica no eleitorado de direita da Bahia. Segundo o parlamentar, o fato dele ter se tornado um dos vice-líderes do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) não gerou discordâncias entre ele e o deputado Diego Castro (PL). “Quando Diego [percebeu que] ia ficar sem a bancada dele, ele virou para mim e disse: ‘Raimundinho, negão, me ajude aí! Tu pode ir para a situação e eu não posso. Senão, eu me acabo politicamente, porque meus votos são todos de ideologia do PL. E o seu, você pegou esquerda, direita, centrão e foi embora’”, relatou Raimundinho ao podcast. “Foi combinado, para eu ajudar ele, senão eu prejudicar o meu amigo, Diego”, complementou o deputado do PL, afirmando que não há racha no partido.
A declaração de Raimundinho da JR acabou gerando uma grande confusão entre a base eleitoral direitista do estado. Muitos internautas passaram a acusar o deputado Diego Castro de ter dado aval para que um parlamentar do PL apoiasse o governo Jerônimo Rodrigues (PT), como se ele tivesse apenas mantendo as aparências de bolsonarista. Diego resolveu então gravar um vídeo, na tarde desta quinta (2), explicando a situação e negando que tenha feito qualquer acordo com o governo de Jerônimo ou com o PT. “Estou vindo aqui para esclarecer a verdade de fatos que estão sendo distorcidos por pessoas que se dizem direitistas. Muitos estão dizendo que é fogo amigo. Isso não é atitude de amigo! Isso é atitude de traíra! Isso é atitude de covarde! Pessoas maldosas que se dizem de direita”, reclamou Diego Castro.
O parlamentar explicou a necessidade do PL ter se juntado ao Solidariedade para formar um bloco parlamentar independente, com seis deputados estaduais, visando a compor comissões importantes na AL-BA. “Na reunião desse bloco, os que manifestaram interesse em presidir uma comissão foram apenas eu e o meu amigo, também conservador e bolsonarista, Leandro de Jesus. Manifestamos o interesse em presidir uma comissão para ter um espaço maior para defender as nossas pautas”, relatou Castro. “Como só existia espaço para uma comissão na distribuição dessas cadeiras, a gente entrou em consenso: ‘olha, Leandro, os dois primeiros anos um presidente e, nos dois anos derradeiros, o outro preside’”, continuou o deputado bolsonarista. “Ficamos sabendo que a nossa comissão seria a de Meio Ambiente e Combate à Seca. O deputado Leandro concordou em ele presidir nos dois primeiros anos e, nos dois últimos anos, eu presidiria.
E eu iria para o espaço que sobrou, de acordo com a distribuição proporcional, por força do regimento. Quando eu fui ver o espaço que tinha sobrado para mim, aí que veio a surpresa de que eu estaria sendo o deputado que iria compor a vice-liderança do governo. E foi nesse momento que eu, lógico, recusei”, explicou. De acordo com Diego Castro, após sua recusa em assumir a vice-liderança do governo, o deputado Raimundinho da JR, que já é governista, aceitou ocupar o posto. “A única saída que me restou foi procurar um deputado governista para ocupar o espaço que é dele, que não é meu. Se jogaram na intenção, foi para me ferrar. Me sacanearam! Nos restou isso. Buscando essa articulação, aos 48 do segundo tempo”, concluiu Castro. (BN)