Em meio às conversas entre parte da bancada do PSB com o DEM e com o PMDB, o deputado federal Bebeto Galvão (PSB-BA) avalia que o processo foi motivado “por posições pessoais” de fundo ideológico. “Eu quero primeiro considerar que a movimentação por alguns deputados do partido tem como natureza não uma crise partidária em si mesma ou uma disputa interna”, explica. O parlamentar explica que as reformas propostas pelo governo Michel Temer – do qual seu partido saiu em maio deste ano – foram o estopim para a cisão da bancada. “O embate inicial foram as medidas do governo, como as reformas trabalhistas e previdenciárias. Ambas tinham resolução partidária contrária, que levou a um fechamento de questão, e 14 votaram contra. Então os que dirigiam os partidos em seu estado, a direção nacional interveio retirando o comando no Mato Grosso, Ceará”, explicou, acrescentando que o partido iniciou um procedimento de infidelidade partidária. Bebeto afirma ainda que, diferente de “como se alardeia”, são sete os deputados rebelados. “Não 10 ou 12”. O deputado disse que não nomearia os correligionários “por uma questão de respeito”, mas criticou o que classificou como “postura liquidacionista” e “desrespeito” por parte dos colegas de bancada. “Quando eles se colocam no mercado partidário e publicamente colocam essa posição de ir para um ou pra outro partido, ainda dentro do PSB, eles adotam uma postura liquidacionista: de liquidar a estrutura, desorganizar a bancada do partido”, aponta, para acrescentar: “A própria líder da bancada está comandando esse posicionamento”, em menção à deputada federal Tereza Cristina (MS). Ele cita também que há um movimento inverso e calcula existirem ao menos 15 nomes que desejam ingressar no PSB, inclusive na Bahia. Questionado sobre os rumores em torno do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM), Bebeto disse desconhecer conversas, mas teceu elogios ao gestor, sinalizando que ele seria bem-vindo em seu partido. “O prefeito Zé Ronaldo é um grande prefeito, qualquer partido o receberia com alegria. Para nós seria uma honra se ele desejasse vir para o PSB, mas posso te dizer que não se estabeleceu ainda nenhuma tratativa nossa. Não tenho informação de que ele tenha feito contato ou que a direção o tenha procurado. É um nome respeitável e respeitado na politica baiana, prefeito de uma cidade importante e grande, com valores”.