As empresas investigadas pela Polícia Federal na Operação Cui Bono receberam R$ 4,3 bilhões da Caixa Econômica Federal (CEF) entre 2011 e 2013, período em que o ex-ministro baiano Geddel Vieira Lima (PMDB) esteve à frente da vice-presidência de Pessoa Jurídica do órgão financeiro. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo deste domingo (15), os valores estão registrados publicamente em diferentes documentos, como demonstrações contábeis e atas de reuniões de diretoria, das quatro maiores empresas investigadas pela PF: JBS e sua holding J&F, Bertin e Marfrig. As companhias fazem parte do que o mercado chama de “campeões nacionais”, grupo beneficiado, nos governos do PT, com financiamento de bancos públicos para fazer fusões e aquisições e se tornarem líderes em seus setores. Os procuradores entendem que havia um esquema organizado de crime na Caixa que atingia duas áreas: a de pessoas jurídicas, sob o comando de Geddel, e a do FI-FGTS, fundo com recursos do trabalhador que é gerido pela Caixa. O frigorífico JBS recebeu um financiamento de R$ 1,8 bilhão; a J&F, recebeu R$ 500 milhões por meio de uma emissão de debêntures que foi totalmente adquirida pela Caixa; o grupo Bertin contou ao menos com R$ 1,6 bilhão, liberado para as obras do Rodoanel de São Paulo; a Marfrig, outra do setor de carnes, fez ao menos dois empréstimos na Caixa no período investigado, um de R$ 300 milhões e outro de R$ 50 milhões.