Prestes a encarar uma série de ações judiciais impetradas por bolsonaristas para que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, marcada para a próxima terça-feira (27), seja adiada, a cúpula do MDB ameaça transformar a CPI em um pesadelo para o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o portal UOL, o principal alvo dos bolsonaristas é o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que foi indicado pelo partido para ser o relator da CPI, porque o presidente Jair Bolsonaro vê na indicação uma vingança do MDB por ter pedido a eleição para presidência da Câmara dos Deputados e Senado.
Ainda de acordo com a reportagem, o maior pesadelo do presidente hoje, segundo ele tem declarado a aliados, é que a CPI embase um futuro processo de impeachment nos moldes do que ocorreu com o ex-presidente Fernando Collor de Mello (AL), hoje senador pelo partido Republicanos. Collor também foi vítima de uma CPI que apurou denúncias de corrupção no governo, em 1992. Em seguida, sofreu com a abertura do processo de impeachment e deixou o cargo.
O Planalto acredita que Renan, que tem criticado abertamente a atuação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, tentará levar a CPI a recomendar o impeachment do presidente Bolsonaro. O senador, inclusive, já disse que pretende levantar quantas mortes “poderiam ser evitadas” se o governo tivesse atuado melhor no combate à pandemia do coronavírus.
A deputada Carla Zambelli (PSL), uma das principais apoiadoras do presidente, foi uma das que ingressou na Justiça de Brasília com ação contra Renan Calheiros. A deputada argumentou que Renan “já demonstrou parcialidade”, pois “a mácula em sua personalidade resta inconteste”.