O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta sexta-feira (9) à Justiça a condenação do ex-ministro Geddel Vieira Lima a sete anos de prisão pelo crime de ‘embaraço às investigações’ das operações da Polícia Federal (PF) ‘Cui Bono?’ e ‘Sépsis’, que apuram desvios na Caixa Econômica Federal (CEF) no período em que o baiano era vice-presidente de pessoa jurídica. Em alegações finais, última fase da ação penal na qual Geddel é réu, os procuradores responsáveis pelo caso afirmam que o ex-ministro tentou evitar a delação premiada do empresário Lúcio Funaro, operador financeiro do suposto esquema de corrupção. No entendimento do MPF, Geddel atuou para constranger Funaro, telefonando por diversas vezes para a esposa dele, Raquel Pitta, quando o operador já estava preso, com objetivo de convencê-lo a não se tornar um delator. “Dessa forma, era incutida em Lúcio Funaro a apreensão e o temor por represálias, para que não colaborasse espontaneamente com as investigações, causando, portanto, embaraço a investigação de crimes praticados por organização criminosa no âmbito da CEF”, argumentam os procuradores. Em depoimento prestado nessa semana ao juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, onde corre o processo, Geddel, contudo, voltou a negar que tenha tentado amedrontar Funaro. Segundo ele, seus telefonemas eram para manifestar solidariedade à família do operador financeiro detido, para que não se sentissem isolados. Geddel está preso desde 8 de setembro de 2017 em decorrência da apreensão dos R$ 51 milhões encontrados num apartamento em Salvador e atribuídos a ele. Segundo a Polícia Federal, parte do dinheiro seria resultante de um esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013, quando Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica da instituição.