As especulações de que o PR pode deixar a base do governador Rui Costa (PT) e migrar para o grupo político do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) ganharam forças na noite desta segunda-feira (26). A negociação entre a sigla republicana e o demista já perpassam para a aquisição de duas secretarias na atual gestão municipal, imediatamente. Conforme apurou o BNews, o deputado federal José Rocha (PR) se reuniu, neste domingo (25), com o prefeito ACM Neto. A proposta é que caso seja eleito governador, Neto conceda ao PR o mesmo espaço que o PSD tem atualmente na gestão de Rui, a exemplo do comando da Desenbahia, a secretaria de Infraestrutura, a de Desenvolvimento Urbano, entre outras. Na formação da chapa majoritária, o PR pode escolher entre a vice ou uma das vagas ao Senado. Contudo, Neto não quis comentar sobre o assunto. Sabe-se que se dependesse apenas dos parlamentares federais Jonga Bacelar e José Carlos Araújo a sigla já estaria no colo do prefeito. Mas quem tem “segurado as pontas” é o próprio José Rocha e o suplente de federal, Marcos Medrado (sem partido). Outra movimentação que passa pelo PR é o destino dos deputados estaduais do MDB. Como publicou o BNews, David Rios, Leur Lomanto Júnior, Hildécio Meirelles e Pedro Tavares devem deixar o partido e abre-se a possibilidade de ingressarem, em grupo, no PR.
DO OUTRO LADO
A proposta do PR para se manter na base do governador é aumentar seu poder com secretarias mais “robustas”. Atualmente, a sigla está no comando da Secretaria de Turismo, com José Alves. A ideia é acrescentar o “Esporte” à pasta, tirando da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – atualmente com o PCdoB. Se o governador não aceitar mexer com um dos seus principais aliados, o PR pode pedir a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), sob o comando Jusmari Oliveira, do PSD – outro aliado de peso. Mas, setores do governo não estão dispostos a participar de leilão com a sigla. Para além, a articulação política de Rui já mapeou os prefeitos, vereadores e lideranças ligadas ao PR que permanecerão na campanha de Rui mesmo com a ida dos deputados para a base de Neto. Obviamente, isso só acontecerá – a manutenção na base do petista – se de fato Rui se mantiver como favorito. Já o presidente nacional da sigla, o ex-deputado Valdemar Costa Neto pode intervir no processo, caso o ex-presidente Lula não seja candidato. É de conhecimento do mundo político que ele deve muito a Lula, com quem tem amizade e compromisso firmado em caso de candidatura à presidência. Na hipótese de Lula não ser o candidato, como se desenha, a probabilidade de haver liberação dos diretórios estaduais para que coliguem respeitando a lógica local é grande.