O pedido de prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) feito pelo Ministério Público Federal (MPF) teve como base os depoimentos do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva – sendo os dois últimos em acordo de colaboração premiada. Segundo o MPF, Geddel buscou os envolvidos para tentar impedir que o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e Funaro firmassem acordo de delação premiada. Geddel foi preso na tarde desta segunda-feira (3) em Salvador (BA) (lembre aqui). “Na petição apresentada à Justiça, foram citadas mensagens enviadas recentemente (entre os meses de maio e junho) por Geddel à esposa de Lúcio Funaro. Para provar tanto a existência desses contatos quanto a afirmação de que a iniciativa partiu do político, Funaro entregou à polícia cópias de diversas telas do aplicativo”, detalha o MPF, por meio de nota. Nas mensagens, Geddel era identificado com o apelido de “Carainho”. Para os investigadores, os novos elementos deixam claro que Geddel continua agindo para obstruir a apuração dos crimes e ainda reforçam o perfil de alguém que reitera na prática criminosa. Por isso eles pediram a prisão “como medida cautelar de proteção da ordem pública e da ordem econômica contra novos crimes em série que possam ser executados pelo investigado”. “O aprofundamento dos indícios descobertos com a análise do conteúdo armazenado no aparelho telefônico apreendido permitiu aos investigadores constatarem intensa e efetiva participação de Geddel Vieira Lima no esquema criminoso envolvendo a Caixa Econômica Federal, investigado no âmbito da Operação Cui Bono. Além da prisão preventiva, a Justiça acatou os pedidos de quebra de sigilos fiscal, postal, bancário e telemático do ex-ministro”, explica o parquet federal.