A Polícia Federal (PF) encaminhou, na última quinta-feira (22), um relatório ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concluindo que o presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu crimes durante a pandemia de Covid-19.
“Pelas razões acima expostas, finalizamos a presente investigação criminal concluindo-se pela existência de elementos probatórios concretos suficientes de autoria e materialidade para se atestar que Jair Messias Bolsonaro e Mauro Cesar Barbosa Cid, em concurso de pessoas, cometeram os delitos de ‘provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto’, previsto do art. 41 da Lei de Contravenções Penais, bem como de ‘incitação ao crime’, previsto no art. 286 do Código Penal Brasileiro”, diz trecho do documento, assinado pela delegada Lorena Lima Nascimento.
Segundo o relatório da PF, o presidente foi intimado a depor, na pessoa do Adjunto do Advogado-Geral da União, Bruno Luiz Dantas de Araújo Rosa, mas optou por exercer “seu direito constitucional de permanecer calado”. Conforme apurou a CNN Brasil, o resultado da investigação menciona a live semanal realizada pelo atual presidente no dia 21 de outubro do ano passado.
Na ocasião, Bolsonaro afirmou, sem respaldo científico, que os “totalmente vacinados contra a Covid-19″ estariam “desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida muito mais rápido que o previsto”. Além disso, o chefe do Executivo teria associado o uso de máscaras à morte causada pela contaminação por gripe espanhola. Na época, o uso do equipamento de proteção individual era obrigatório no país, como recomendava a Organização Mundial de Saúde (OMS).