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Prefeitos Baianos estouram verbas com shows em ano eleitoral: Cachês milionários chamam atenção

Prefeitos Baianos estouram verbas com shows em ano eleitoral: Cachês milionários chamam atenção
Wesley Safadão II (Foto: Andy Santana/Brazil News)

O jornal Folha de São Paulo revelou que, em ano eleitoral, prefeitos de cidades da Bahia aumentaram significativamente os gastos com a contratação de artistas para os festejos juninos de 2024.

Prefeituras e governo do estado desembolsaram R$ 364 milhões para 3.356 apresentações, com uma média de R$ 108 mil por show, mais que o dobro dos valores de 2023. No ano passado, 210 municípios transparentes gastaram R$ 153 milhões em 3.138 shows, com uma média de R$ 48,7 mil por apresentação.

Dados do Painel da Transparência dos Festejos Juninos, desenvolvido pelo Ministério Público do Estado da Bahia, mostram que 328 dos 417 municípios baianos informaram seus gastos este ano.

Um destaque é Banzaê, cidade de 12 mil habitantes, que gastou R$ 1,78 milhão com shows. A prefeita Jailma Dantas (PT), próxima ao ministro da Casa Civil Rui Costa, destinou mais para artistas do que o orçamento anual da cultura da cidade, que é de R$ 1,23 milhão. Um único show de Wesley Safadão custou R$ 900 mil, pago com R$ 441 mil de recursos próprios e o restante via convênio com o governo estadual.

Os festejos também receberam R$ 300 mil do Ministério do Turismo e R$ 1,9 milhão em emendas do deputado federal Gabriel Nunes (PSD) e do deputado estadual Adolfo Menezes (PSD). Wesley Safadão foi contratado por outras oito cidades baianas, acumulando R$ 8,2 milhões em cachês.

Luís Eduardo Magalhães pagou R$ 1,1 milhão por um show de Gusttavo Lima. A cidade de Candeias, comandada pelo prefeito Dr. Pitágoras (PP), teve o maior gasto total, de R$ 6,1 milhões, incluindo R$ 750 mil por uma apresentação de Victor e Leo. Em 2023, os gastos foram de R$ 3,4 milhões.

A Prefeitura de Candeias justificou que a festa criou 2.000 postos de trabalho diretos e movimentou o comércio local. O Ministério Público afirmou que o painel não atesta a legalidade dos gastos, mas aumenta o controle social e permite parâmetros para contratações. (Redação: Jackson Cristiano/Ubaitaba Urgente)