Pedro Duarte Guimarães, 51, presidente da Caixa Econômica Federal do presidente da República Jair Bolsonaro foi denunciado por um grupo de funcionárias de assédio sexual. A reportagem é da coluna Rodrigo Rangel, do portal Metrópoles, que afirma colher, há mais de um mês, os relatos de algumas dessas mulheres. Todas elas trabalham ou trabalharam em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa.
Cinco concordaram em dar entrevistas, desde que suas identidades fossem preservadas. Elas dizem que se sentiram abusadas por Pedro Guimarães em diferentes ocasiões, sempre durante compromissos de trabalho. Ainda segundo a matéria, as mulheres relatam toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos, incompatíveis com o que deveria ser o normal na relação entre o presidente do maior banco público brasileiro e funcionárias sob seu comando.
A iniciativa de denúncia dessas mulheres levou à abertura de uma investigação que está em andamento, sob sigilo, no Ministério Público Federal. Todos os relatos têm como pano de fundo a relação de poder e a posição de mando de Guimarães. “A posição em que ele se coloca deixa as mulheres muito constrangidas. Se ele tem o poder, você tem que fazer, tem que fazer o que ele mandar, independentemente do que seja”, afirma Thaís*, a funcionária que diz ter sido convidada por ele para ir à sauna e, na mesma viagem, recebeu um beliscão. “Ele chega de forma muita invasiva e constrangedora”, prossegue.
Este é o primeiro caso público de assédio sexual envolvendo um alto funcionário do governo Jair Bolsonaro. Pedro Duarte Guimarães é um dos integrantes do governo mais próximos do presidente da República. Por meses, especialmente no período da pandemia, quando o Palácio do Planalto precisava propagandear ao máximo o auxílio emergencial distribuído aos brasileiros mais carentes, Pedro foi figura frequente nas tradicionais transmissões on-line feitas por Bolsonaro nas noites de quinta-feira. *Nome fictício para preservar a identidade da vítima.