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Propina foi recebida na casa da mãe de Jaques Wagner

Foto: Manu Dias/GOVBA

A propina foi recebida na casa da mãe de Wagner afirma PF, através da delegada federal Luciana Matutino Caires, que comanda a Operação Cartão Vermelho. Ela diz que a empreiteira Odebrecht entregou dinheiro de propina na casa da mãe de Jaques Wagner, no Rio de Janeiro. O ex-governador da Bahia está sendo alvo da PF desde esta segunda-feira (26/2). A Polícia Federal cumpriu vários mandados de busca e apreensão em Salvador, na casa do petista, emitidos pelo TRF-1. A PF afirmou que Wagner é suspeito de ter recebido R$ 82 milhões em propinas desviadas das obras da Arena Fonte Nova. “Era, na maioria das vezes, em espécie, entregues através de um representante da Odebrecht, o Sr, Claudio Mello Filho, através de prepostos. Não era o Sr. Jaques Wagner quem recebia de forma direta. À exceção da entrega feita na casa da mãe dele, no Rio de Janeiro”. “Um empresário da Odebrecht entregou dinheiro, segundo as delações, na casa da mãe dele, por indicação de Jaques Wagner. Ele deu o endereço da mãe para que a propina fosse entregue lá,” afirma a Polícia Federal.

DOLEIRO SEM CACIFE

O superintendente da PF na Bahia, Daniel Justo Madruga, diz que aquela entrega foi feita na casa da mãe do ex-governador porque “os doleiros aqui em Salvador não teriam capacidade de entregar tal quantia e por isso teria sido feito um pagamento no Rio de Janeiro”. “Os demais pagamentos foram feitos através desses intermediários e a maior parte através de doações de campanha. Isso conforme as delações e alguns outros elementos de prova que temos nos autos”, afirmou. “Em razão das delações da Odebrecht e de material apreendido na OAS, nós verificamos que de fato o então governador recebeu uma boa parte do valor desviado do superfaturamento para pagamento de campanha eleitoral e de propina”. “Havia dois intermediários, seja pela OAS seja pela Odebrecht, que também foram alvo de busca nesta data. Um destes intermediários é o atual secretário da Casal Civil da Bahia (Bruno Dauster) e outro é empresário muito próximo do então governador, e também foi alvo de busca”.

FOCO DA INVESTIGAÇÃO

A investigação é sobre os serviços de demolição, reconstrução e gestão do estádio da Copa 2014. A propina teria resultado na Parceria Público Privada nº 02/2010, “direcionada para beneficiar o consórcio Fonte Nova Participações – FNP, formado pelas empresas Odebrecht e OAS”. “A obra, segundo laudo pericial, foi superfaturada em valores que, corrigidos, podem chegar a mais de R$ 450 milhões, sendo grande parte desviado para o pagamento de propina e o financiamento de campanhas eleitorais.” Além do apartamento do 13º andar do edifício Mansão Victory Tower, no Corredor da Vitória, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete de Jaques Wagner na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado. Com informações do A Região de Itabuna