O número de casos de dengue aumentou em relação ao ano passado em todo o país. De acordo com o Ministério da Saúde, as notificações entre janeiro e outubro subiram em 185% comparadas ao mesmo período de 2021. A Bahia acompanha esse cenário, tendo um aumento de 46,8% em relação ao ano anterior. Dentre as razões para o crescimento de casos está a adaptação do mosquito Aedes aegypti a novos ambientes, como a água suja.
“Ele está se adaptando à mudança do ambiente, então isso serve de alerta para todos para terem um cuidado ainda maior e evitar o acúmulo de água”, alerta Cristina Guimarães, subgerente de arboviroses do Centro de Controle de Zoonoses, órgão vinculado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Segundo o mais recente boletim epidemiológico da Sesab, foram notificados 53.196 casos suspeitos de Dengue, em 356 municípios, com 33.821 casos prováveis até a 40ª semana epidemiológica (entre 02 de janeiro e 08 de outubro). O aumento é de 46,8% se comparado ao mesmo período de 2021, em que foram notificados 23.032 casos prováveis.
OCORRÊNCIAS
Até o momento, já foram notificados 1661 casos de dengue em Salvador, um aumento de cerca de 281% em relação ao mesmo período do ano passado. Na Bahia, foram confirmados 24 óbitos. “A cada três anos acontece um aumento de casos, isso faz parte da própria dinâmica da epidemia. Tivemos uma epidemia, em 2019, de Chikungunya, sabíamos que poderia aumentar em torno de três anos depois”, disse a subgerente ainda destaca que a subnotificação nos anos de 2020 e 2021, por conta da pandemia, foi outro fator que reduziu o número de casos registrados na época.
De acordo com Gilmara Macêdo, subcoordenadora da Vigilância Epidemiológica da SMS, o aumento dos casos das arboviroses está ainda dentro do esperado para o período.
“Tendo em vista que estamos no período sazonal, trata-se de um aumento esperado. As ações de combate ao mosquito continuam sendo realizadas, bem como as de educação com a população. Os locais onde os casos são detectados é realizado o bloqueio químico pelo CCZ”, conta.
Cristina aponta aspectos que devem manter os moradores da capital em alerta. “São dois fatores que contribuem para um aumento da infestação do mosquito: a temperatura elevada e as pancadas de chuva rápidas. Os dois fatores contribuem para que ocorra maior quantidade de criadouros”, explica.
A subgerente detalha que, determinados períodos como pré eleições costumam receber ações específicas de prevenção da dengue. “Em algumas escolas que seriam zonas eleitorais, os agentes foram porque sabiam que, se existisse um criadouro haveria o risco. Eles fizeram uma remoção de criadouros e tratamento dessas áreas”.
Cristina explica também que as equipes detectaram a presença do mosquito transmissor em cemitérios da capital durante inspeção antes do Dia de Finados. “A gente encaminhou equipe para fazer o trabalho de pulverização de inseticida para diminuir essa infestação”.
Para os próximos meses, a secretaria programou diversas ações, iniciando com a Semana de Mobilização de Combate ao mosquito, que vai de 16 a 18 de novembro. A ação acontece nas estações de metrô e ônibus, colônias de pescadores e templos de religião de matriz africana. (A Tarde)