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FESTA EM SALVADOR TEM SURTO DE DOENÇA RESPIRATÓRIA – 40% DOS PRESENTES ESTÃO DOENTES

Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO

O surto de doenças respiratórias que tem lotado as unidades de saúde de emergência de Salvador é real. Uma festa de aniversário realizada na Praia do Buracão, no último sábado (11), com 25 pessoas, resultou em, pelo menos, dez com sintomas gripais característicos, como moleza, febre, tosse e mal-estar.

O aniversário em questão foi de um produtor cultural que fez 31 anos e decidiu comemorar na praia justamente por ser um local aberto e ventilado. “Todos estavam sem máscara, pois bebíamos cerveja, mas era um local aberto e com 25 pessoas. Não houve uma aglomeração”, diz.

Além disso, ele garante que todos os presentes estavam com a vacina contra a covid-19 em dia. No entanto, ninguém havia se vacinado contra a gripe. Esse é um dos motivos que faz o grupo pensar que não esteja contaminado com covid.

“Nos parece que é gripe, pois o surto agora é esse. Mas pode ser, sim, que seja uma covid com sintomas leves, não com aqueles sintomas de quem não tomou vacina”, argumenta. Dos dez doentes, apenas uma pessoa precisou buscar atendimento médico.

O produtor foi um dos 15 que não ficaram doentes e conta que os amigos começaram a relatar os sintomas na segunda-feira, “após a ressaca da festa ter passado”, como ele mesmo brinca. O grupo não sabe identificar se houve e quem seria a pessoa que estava doente e passou para os demais.

Embora ainda não tenham sido testados, o aniversariante disse que tem orientado o grupo a fazer o exame de covid-19 antes de romper o isolamento e participar de alguma confraternização de Natal. “Mas todos estão tranquilos. Nós achamos que vai ser algo que passe em uma semana, como se espera de uma gripe”, afirma.

É PRECISO VACINAR

Os especialistas recomendam que a vacinação é o “melhor remédio” contra a gripe. “A influenza A, de tempo em tempo, reaparece, porque existe a sazonalidade viral. Diante disso, a gente considera que a vacinação para influenza é eficaz para diminuir a morbimortalidade da doença”, defende o infectologista Claudilson Bastos, responsável técnico do serviço de imunização do Sabin Medicina Diagnóstica em Salvador.

De acordo com o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do Infogripe da Fiocruz, um grupo que monitora os dados de notificação de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil, o surto que acontece em Salvador advém de uma nova mutação do H3N2 que surgiu no Hemisfério Norte no final do ano passado, chegou ao Rio de Janeiro, no segundo semestre, e se espalhou para outros estados, como a Bahia e o Amazonas. Informações: Correio24Horas