A quadrilha da qual a modelo Luciane Hoepers é acusada de fazer parte atuava no Distrito Federal e em 8 estados, segundo investigações da Polícia Federal. A Corregedoria-Geral da Advocacia da União (CGAU) instaurou investigação para apurar a conduta do procurador da Fazenda Nacional Manoel Felipe Rego Brandão, também apontado de ser um dos lobistas da quadrilha. O servidor pode ser demitido. A informação é do Correio Braziliense.
Entre 2003 e 2006 Brandão ocupou o cargo mais alto da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Segundo a PF, na época ele agia como intermediador de contratos entre membros de organizações criminosas e políticos.Brandão está licenciado da procuradoria desde 2006 por conta de “assuntos particulares”. O afastamento foi prorrogado há 1 ano com autorização do ministro Guido Mantega. A CGAU informou que está averiguando os fatos e enviou ofício à PF pedindo cópias de provas que envolvam Brandão no caso.
Beleza abria portas
Brandão usava influência com contatos políticos a favor da quadrilha. Em uma ligação interceptada pela PF, Luciana aparece conversando com ele sobre a entrega de documentos para outras pessoas. “Você colocou aqui no documento que é aumento de alíquota e prestação de CRP. O que que é essa alíquota e o que que é esse CRP?”, pergunta Brandão.
Luciane é classificada pela PF de “pastinha”, código para aliciadores de prefeitos no esquema. Ela mora em Brasília e usava sua beleza para tentar atrair gestores municipais. Com 1,75m, loira, olhos verdes e corpo definido, ela mesma admite que a beleza “abre portas”. Luciane teve a prisão decretada na semana passada, mas foi liberada ontem. Segundo a PF, ela trabalhava para o doleiro Fayed Traboulsi. Em fevereiro, ela disse em uma entrevista que odeia ser chamada de “gostosa” e tem como sonho de consumo um apartamento em Miami.
A parte do currículo capaz de matar de inveja uma mulher-fruta inclui bicos como assistente de palco da Rede TV, Mulher Bombeiro, Casa Bonita, participações no Zorra Total e Faustão, ensaios para revistas masculinas e o título de musa do time de futebol catarinense Avaí. Numa entrevista para o portal Terra, antes de a operação da PF ser deflagrada, “Lu” diz que ser bonita ajuda, “porque abre portas”, e revela que seu sonho de consumo é um apartamento em Miami.
Nada que qualquer panicat não possa dizer. Mas em março, em entrevista à revista Mensch, Luciane revela sua outra face. Descrita como alguém que “trabalha no mercado financeiro com fundos de investimentos, cheia de atitude e segura de si”, ela diz encarar empresários, banqueiros e políticos com a mesma segurança de quem encara uma sessão de fotos.
Dos 23 presos na operação Miqueias, 14 já foram soltos
Apenas nove das 23 pessoas presas pela Polícia Federal, na última quinta, por suposto envolvimento em lavagem de dinheiro e fraude em entidades previdenciárias, permanecem detidas. Segundo a PF, alguns suspeitos entraram com pedido de habeas-corpus, na semana passada, e o restante foi solto, ontem, porque expirou o prazo da prisão temporária.
A PF não detalhou os casos. A investigação começou há um ano e meio, para apurar lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de laranjas. Nos 18 meses de investigação, a polícia estima que a movimentação em 30 contas dessas empresas chegou a R$ 300 milhões. A estimativa é de que o prejuízo dos fundos de pensão seja de R$ 50 milhões. Cinco carros de luxo e uma lancha avaliada em R$ 5 milhões foram apreendidos. (Correio).