Há uma razão em especial para que as negociações entre Corinthians e Paolo Guerrero andem de maneira tão lenta. Antes de tentar aproximar valores para um novo contrato, a diretoria corintiana tenta resolver dívida com o peruano. O valor é de aproximadamente R$ 2 milhões e se refere a direitos de imagem e premiações atrasados.
No último sábado, depois do empate entre Corinthians x Red Bull no Itaquerão, o presidente Roberto de Andrade procurou Guerrero no vestiário e voltou a falar sobre a intenção em acertar as pendências para discutir a renovação. O contrato do jogador acaba em 15 de julho, período em que será disputada a semifinal da Copa Libertadores. Dele, Roberto ouviu também sobre o desejo de assinar. Mas os empresários trabalham outras alternativas.
Marcelo Goldfarb e Bruno Paiva, dois dos agentes de Guerrero, estiveram em visita à Inter de Milão-ITA na última semana. O saldo da conversa é que a pressão sobre o Corinthians se tornou maior: na avaliação dos agentes, a alta do dólar dificulta a vida da diretoria corintiana. O real em baixa diminui a competitividade dos corintianos contra os clubes do exterior, como a Inter. Paolo, vale lembrar, pedia luvas US$ 7 milhões à vista: antes R$ 18 milhões, agora teoricamente R$ 23 milhões.
O fato de Guerrero ser oferecido a outros clubes irritou a diretoria do Corinthians. Embora Roberto de Andrade já seja presidente há 43 dias, nenhuma reunião formal ocorreu entre as partes, fruto de viagens frequentes dos empresários para o exterior. A expectativa é de um encontro na próxima semana.
Em sua última cartada para renovar, o presidente Mário Gobbi chegou a ofertar US$ 5 milhões à vista para Guerrero assinar por três anos, mesmo com o caixa em situação dramática. O peruano, porém, disse não. Ele ainda pede salários de R$ 500 mil, aproximadamente.
Guerrero é um dos jogadores do elenco que aguardam pelo empréstimo que o Corinthians deverá tomar com o Banco BMG nos próximos dias. Estimada em R$ 10 milhões, a quantia será utilizada para quitar atrasados com atletas, principalmente. A dívida com Renato Augusto, por exemplo, é de R$ 1,5 milhões. Ralf, por sua vez, tem mais R$ 1 milhão a receber. Os agentes do volante têm outros R$ 3 milhões devidos – um processo corre na Justiça.