Quase uma semana depois do escândalo de corrupção que abalou os meandros do futebol mundial e prendeu sete dirigentes ligados à Fifa, a Conmebol, entidade que ainda não foi investigada à fundo, mas teve responsáveis envolvidos, colocou a realização da Copa América no próximo ano em dúvida. A edição, que seria comemorativa por conta do centenário da competição, pode não acontecer segundo um dos diretores.
O secretário-geral José Luis Meiszner reforçou que as especulações acerca do envolvimento da Conmebol em práticas corruptivas já é o bastante para colocar em jogo a realização do evento, que aconteceria justamente nos Estados Unidos, país que encabeça as investigações junto à Fifa e demais federações envolvidas.
“Hoje é preciso colocar uma enorme interrogação sobre a possibilidade de disputar essa Copa América. O presidente de uma das confederações está preso, as empresas titulares dos direitos de transmissão estão com os fundos bloqueados… Nada pode dizer que as coisas acontecerão conforme planejamos no futuro”, disse o diretor em entrevista à Rádio América, de Buenos Aires.
Lei sancionada no Paraguai em 1997 blinda Conmebol de investigações
Acusados de desviarem 150 milhões de dólares (cerca de R$ 470 milhões) em contratos superfaturados e cessão de direitos às empresas, sete dirigentes, entre eles o ex-presidente da Conmebol, Nicolás Leóz, tiveram pedido de prisão expedido. Sob a Conmebol, recaem acusações de desvio de mais de 100 milhões dólares (cerca de R$ 300 milhões) na escolha de sedes para a Copa América.
Frente ao período conturbado, Meiszner reforça a necessidade de a entidade estar preparada. “É uma situação que ainda está em andamento e temos que estar preparados para ter enormes turbulências. Os titulares dos direitos de transmissão (grupo Traffic) são questionados na Justiça e não tem condições de cumprir os compromissos contratuais”, avisou.