O comerciante Juscelino Campos observa o mar e agradece o fim do horário de verão: “Odeio esse horário, só vivo com sono, não durmo direito, durmo tarde e acordo cedo”. A designer Isabel Resende não pensa assim. “Hoje eu estou triste porque vai acabar. Os dias vão ser mais curtos, está chegando o inverno que não gosto”. A paulista de férias no Rio concorda: “Eu sou do dia, eu gosto do dia, então os dias ficam mais longos, dá para aproveitar muito mais”. A turista de Mato Grosso também tem seus argumentos “É mais uma horinha para dormir”. O horário de verão sempre provocou sentimentos opostos. Não tem meio termo: é amor ou ódio. Mas agora, depois de 126 dias, tudo volta ao normal. Isso para quem mora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. À meia-noite, os relógios devem ser atrasados em 1 hora em 10 estados e no Distrito Federal. Assim, esse sábado fica um pouco maior. A redução do consumo de energia e o aumento das chuvas fizeram subir os níveis dos reservatórios das hidrelétricas. E, com isso, foi possível desligar algumas termelétricas. Uma economia de R$ 162 milhões para o Brasil, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico. O professor Reinaldo Castro, do Departamento de Engenharia Elétrica da PUC diz que a redução do consumo foi menor que no ano passado. Isso porque o consumidor já vinha economizando meses antes do horário de verão “Consequentemente se tinha menos carga para tirar e a redução então foi menor do que a que se esperava. Se não houvesse horário de verão provavelmente estaríamos com mais térmicas ligadas e provavelmente estaríamos ainda na bandeira vermelha e não na bandeira amarela”, explica Reinaldo Castro, professor de engenharia da PUC/RJ.