O afastamento da presidente Dilma Rousseff da presidência da República parece estar certo, embora o governo tenha tentado evitar que o processo de impeachment seja votado nesta quarta-feira (11). Segundo a Folha de S. Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se dedica à costura da estratégia de oposição ao governo de Michel Temer (PMDB). Aliados de Lula contaram que ele viajou a Brasília para prestar solidariedade a Dilma. Na quinta-feira (12), o ex-presidente pretende estar ao lado da petista na saída do Planalto, caso o Senado autorize seu afastamento. A publicação destaca que Lula tem incentivado a criação de uma frente inspirada no modelo uruguaio: uma grande coalização que reuniria sindicatos, associações, partidos, ONG e outros movimentos de esquerda. No entanto, a defesa da frente não conta com o mesmo apelo da convocação de eleições diretas. A discussão entre o PT e aliados é sobre a intensidade de oposição a Michel Temer. O partido teme ser responsabilizado por fracassos do futuro governo caso adote um tom muito pesado. Ainda segundo interlocutores ouvidos pela Folha, Lula considerou desastrosa a articulação do governo para deter o prosseguimento do processo de impeachment pelas mãos do presidente da Câmara em exercício, Waldir Maranhão (PP-MA). Maranhão anulou a votação da Câmara para abertura do processo de impeachment, mas em memos de 24 horas revogou a sua própria decisão.
Investigação
A cassação do mandato de Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) pelo Senado pode fazer com que a denúncia contra o ex-senador e conta Lula pela tentativa de compra de silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró passe para responsabilidade do juiz Sergio Moro.